Em entrevista ontem em São Paulo, um dos principais diretores da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) afirmou que o país passa por um processo de desindustrialização.
Na apresentação do INA (Índice de Nível de Atividade) de setembro, Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, afirmou que a indústria paulista registrou queda de 0,1% no mês passado ante agosto, na série com ajuste sazonal. Sem a correção, a queda foi de 0,4%.
“O país vive um processo de perda relativa da indústria na formação do PIB [Produto Interno Bruto] e na geração de emprego”, comentou.
As horas trabalhadas na produção e as vendas reais tiveram aumento no mês passado, de 0,2% e 1,2%, respectivamente. No entanto, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada registrou retração de 0,8%, passando de 82,5% em agosto para 81,9% no último mês.
Guerra /Paulo mencionou como um dos principais fatores para a desindustrialização a guerra cambial que o mundo atravessa. Os principais atores nesse processo são a China, que mantém a política de desvalorização agressiva do yuan para estimular suas exportações, e os EUA, que ainda afetado pela crise financeira mundial não consegue deixar o dólar forte no resto do mundo.
O real em relação do dólar, por exemplo, ontem fechou a R$ 1,714, em queda de 0,46%. No ano, o dólar registra queda de 1,66%.
Internamente, o Brasil está com uma demanda aquecida de consumo, mas com o câmbio desfavorável a indústria nacional vem perdendo espaço para as importações.
“Nunca a indústria brasileira enfrentou tanto risco como agora”, alerta Paulo Francini, que também cobrou atenção especial do próximo presidente sobre essas questões, qualquer deles que seja eleito.
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