terça-feira, 22 de dezembro de 2009

TAM compra Pantanal por R$ 13 milhões e reforça liderança



A companhia aérea TAM anunciou ontem a compra da Pantanal, pequena empresa do setor, por R$ 13 milhões. A transação ainda precisa ser aprovada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Fundada em 1993, a Pantanal opera entre as cidades de  São Paulo (Congonhas), Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente, Marília, Juiz de Fora (MG) e Maringá (PR).
De acordo com o consultor da Pantanal, Flávio Machado, a TAM manterá as atividades e rotas da companhia, que passa a ser uma das empresas do grupo.
A Pantanal está em recuperação judicial, que já foi homologada e segue seu curso normal. A empresa possui, além de uma dívida tributária de R$ 53 milhões, que está enquadrada no Refis (pagamento em 15 anos), tem também um passivo de R$ 18 milhões com fornecedores, sendo quase R$ 5 milhões com a própria TAM.
A TAM encerrou novembro com participação de 44% do mercado nacional de aviação, ante 42,25% da principal rival, a Gol. Já a Azul, que começou  a operar há um ano, obteve fatia de 4,31% no mês passado, e a Webjet de 4,56%. A Pantanal até então era a oitava neste ranking nacional, com 0,16% de participação.
Segundo a presidente do Conselho de Administração da TAM S.A., Maria Cláudia Amaro, a aquisição da Pantanal tem um grande valor estratégico.
“Iremos assistir a um aumento expressivo no número de passageiros nos próximos seis anos, com os eventos da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas do Rio de Janeiro em 2016. Além disto, o desenvolvimento dos setores de agronegócio, mineração e energia renovável tem ampliado exponencialmente a utilização do transporte aéreo para cidades de densidade populacional média”, destacou Maria Cláudia.
O projeto é renovar a frota da Pantanal, atualmente de três aeronaves ATR42 com capacidade para 45 passageiros.

Frota Bauru-Frankfurt deve voltar
De acordo com a presidente do Conselho de Administração da TAM S.A., Maria Cláudia Amaro, as perspectivas de crescimento da Pantanal terão como alicerce uma grande sinergia com as empresas do grupo. A Pantanal deve passar a compartilhar serviços, plataforma tecnológica, manutenção e reparos, além de fazer parte do Multiplus Fidelidade.
“Vamos ligar Bauru a Frankfurt, só para citar uma dessas possibilidades  de ampliação da cobertura geográfica”, destacou.
Essa conexão já existiu em Bauru até 2003, quando as duas empresas chegaram a ter uma parceria. Era possível viajar saindo de Bauru ou Marília para Miami, Paris, Frankfurt e outras cidades que a TAM atende no Brasil.
A compra da Pantanal e a estratégia de lançamento de uma unidade vem também depois que a TAM decidiu anos atrás se concentrar nos grandes centros do país, eliminando os aviões Fokker 100 e padronizando a frota com aeronaves Airbus.
Paralelo a compra da Pantanal pela TAM, a Anac conseguiu semana passada no STJ uma decisão que garante a redistribuição de 61 slots (espaços de pouso e decolagem) dos 196 que a Pantanal possui em Congonhas. A agência afirma que a Pantanal subutiliza os slots.
Ontem a assessoria de imprensa da Anac afirmou que a redistribuição dos 61 slots está mantida. A Pantanal mantém outros 135 slots em Congonhas que poderão ser operados pela empresa que a adquiriu.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cervejaria de Agudos terá R$ 184 milhões em 2010

A Ambev vai investir R$ 184 milhões em sua unidade de Agudos  (distante 19 km de Bauru) no ano de 2010. A informação foi confirmada na quarta-feira pela empresa.

A meta da empresa é ampliar sua capacidade produtiva. Para isso serão investidos em todo o país R$ 1,3 bilhão a R$ 1,5 bilhão para o aumento da capacidade produtiva, ampliação das fábricas e construção de novas linhas de produção.

Os novos investimentos representam um aumento de 30% a 50% frente aos aportes anteriormente previstos e serão realizados em todo o país, ao longo do ano, atendendo aos picos de consumo, que se dão no verão, que começa no dia 21 de dezembro.

Com isso, a capacidade de produção de cerveja da empresa no Brasil será elevada entre 5% e 10%, mesma faixa percentual do crescimento projetado para as vendas de cerveja no mercado interno, conforme divulgou o vice-presidente financeiro da AmBev, Nelson Jamel.


Hectolitros
O volume de cerveja comercializado no Brasil no terceiro trimestre cresceu 12,2% ante igual período do ano passado, para 18 milhões de hectolitros - cada hectolitro vale 100 litros. No acumulado de janeiro a setembro, a expansão do volume foi de quase 9 por cento sobre o mesmo intervalo de 2008.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Ambev afirmou que deve informar nesta semana os detalhes do investimento em Agudos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

BB vai abrir 83 agências no Estado após incorporação

A incorporação definitiva do Banco Nossa Caixa pelo Banco do Brasil começou ontem (dia 1o.). Em entrevista coletiva em São Paulo o  presidente da Nossa Caixa, Demian Fiocca, e  o diretor do BB para São Paulo, Dan Conrado, apresentaram os planos para o Estado.

Ao longo de 2010, 83 agências adicionais serão abertas no Estado, sendo que cada uma consumirá R$ 1 milhão. Nove já estão em processo de instalação. Serão contratados 1,5 mil funcionários.

Em fevereiro, as agências da Nossa Caixa, comprada pelo BB em novembro de 2008, começam a ser integradas pelo BB. O processo deve terminar em outubro do ano que vem.

Estratégia
O Banco do Brasil passará a ter 1.334 agências no Estado de São Paulo e afirma que será a maior instituição bancária no estado. Em Bauru são 12 agências com a incorporação contra dez do Itaú/Unibanco.
Com o projeto batizado de Estratégia São Paulo o BB investirá cerca de R$ 800 milhões no Estado nos próximos cinco anos.

O dinheiro será usado para renovação do parque tecnológico (envolvendo as instalações da Nossa Caixa), abertura de mais agências e melhora da infraestrutura geral do banco em São Paulo, o que inclui a contratação de mais funcionários.

O BB criou para o Estado uma diretoria própria. No comando, ficará Dan Conrado e mais um superintendente estadual da Capital. Outro cuidará de Campinas. Haverá, ainda, um para Ribeirão Preto e outro para Bauru. Segundo a assessoria de imprensa do banco, o superintendente da cidade deve chegar na próxima semana e não teve o nome escolhido.

Além deles, o BB terá um superintendente para setor público (para lidar com prefeituras, governo estadual e Poder Judiciário) e outro executivo designado apenas para a infraestrutura. Demian Fiocca deixa o cargo.
Segundo Dan Conrado, o  objetivo da reestruturação em São Paulo é fazer com que a participação do Estado nos resultados do banco passe dos atuais 25% para 35% dentro de dois anos.


Sindicato teme demissões
Segundo disse ontem o  presidente da Nossa Caixa, Demian Fiocca, não haverá fechamento de unidades, pois, segundo ele, a “redundância é praticamente inexistente”. Em alguns casos, agências próximas serão transformadas em unidades Estilo, direcionada a clientes de maior renda.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado a Conlutas), Marcos Lenharo, disse, no entanto, não estar tão confiante. “Há agências do BB e da Nossa Caixa muito próximas e o banco não informa claramente aos trabalhadores se haverá ou fechamentos”, disse.

Um PDV (Programa de Demissão Voluntária) para os funcionários da Nossa Caixa foi implantado em novembro.

Segundo Lenharo, hoje começa também a abertura do prazo para a migração da nova estrutura salarial do BB para os funcionários da Nossa Caixa. “Estamos orientando aos bancários a não aderirem, há pouca informação e os planos de carreira dos dois bancos são diferentes”, disse.

O sindicato afirma que a Nossa Caixa tem cerca de 300 bancários em Bauru e o Banco do Brasil aproximadamente 150.

Os governos Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra acertaram, há um ano, a venda da Nossa Caixa para o BB por R$ 7,6 bilhões - incluindo o dinheiro que foi para os cofres do Tesouro estadual e o que foi pago aos acionistas da Nossa Caixa.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dias de treinamento



A PM (Polícia Militar) deve treinar para matar ou não? Essa foi a pergunta inicial que o coronel Nilson Giraldi, 76 anos, fez a mim e a mais seis jornalistas que nesta semana conheceram e fizeram o atual treinamento de tiro da PM.

Foram dois dias de aulas em Bauru na sede do CPI-4 (Comando de Policiamento do Interior 4). Lá funciona o Centro de Treinamento na Preservação da Vida, local onde o coronel Giraldicomeçou a inventar há 30 anos um método de tiro que leva seu nome.

Há 12 anos a PM começou a adotar essa prática no Estado com a missão de tentar mudar um comportamento de décadas da corporação que matou milhares de bandidos, os próprios policiais e inocentes. “O disparo deve ser a última alternativa, o policial deve aprender o que é de fato a legítima defesa”, fala.

No começo parece contraditório que um treinamento de tiro possa facilitar a preservação da vida, mas Giraldi ensina que em um confronto armado há muitas possibilidades de erros que podem ser evitados com o condicionamento de boas práticas.

Novos alvos
Nosso treinamento começa com disparos em alvos, ou seja, aprender a atirar. A mudança de paradigma no método Giraldi inicia aí – os alvos não simulam silhuetas humanas, como o antigo alvo Colt que pontuava mais os acertos na cabeça e no coração. O alvo que utilizamos é apenas um retângulo branco com outro retângulo cinza menor dentro. A meta procurada é apenas acertar o retângulo cinza o mais próximo possível de seu centro.

A segunda fase do treinamento simula uma área de confronto armado com paredes, muros e cômodos com várias curvas. Os alvos de papelão agora representam pessoas – os bandidos armados ou não, inocentes na área de tiro e reféns sob ameaça de bandidos.

A ação começa com a palavra “perigo”gritada pelo instrutor. Somos orientados a ficar com o dedo fora do gatilho em todo o percurso. Para Giraldi o policial que mantém sempre o dedo no gatilho acaba atirando no que não deve. A pista de alvos mostra que isso é verdade, de surpresa aparecem alvos móveis, como o de um morador da fictícia área de confronto ou mesmo um jornalista cobrindo a ocorrência. Vários colegas 'mataram' inocentes.

Meu instrutor, o 2o. sargento Carlos Cesar Rodrigues, 40, acompanha minha passagem de perto e pára a instrução em cada erro que cometo. Cada falha é explicada e eu tenho a chance de repetir de uma forma correta quantas vezes foram necessárias. “O policial erra aqui dentro para não falhar numa situação real”, diz.

Outra característica do treinamento é uma espécie de teatro da negociação. Em cada alvo de papelão que eu encontro o instrutor simula uma voz, por exemplo, se o alvo mostra um bandido apontando uma arma para o refém o instrutor inventa uma fala do bandido para colocar mais tensão e realismo. Cabe ao aluno iniciar uma negociação na hora, pedir calma com educação e resolver a situação sem disparos, já que a vida do refém está em jogo.

Os tiros contra bandidos devem ser feitos apenas quando estes estão sozinhos e apontam a arma na direção do aluno. Para Giraldi um disparo de arma de fogo dentro da legalidade deve obedecer quatro princípios: necessidade; ser oportuno; proporcionalidade (2 tiros por vez); e qualidade. “O policial que obedece essas regras não é condenado por tribunais”, afirma.

Para o comandante do CPI-4, coronel José Guerra Júnior, o método de Tiro Defensivo de Preservação da Vida tem seu segredo na simplicidade e facilidade de execução. Hoje as unidades da PM trocam pela internet as figuras dos alvos e suas orientações, quem recebe só precisa imprimir e colar em uma placa de papelão. “Uma vez por ano os policiais voltam para o quartel e recebem todo esse treinamento de novo, o preparo mais humano se traduz em mais eficácia”, fala Guerra.

Segundo Giraldi a maior dificuldade que seu método enfrenta é vencer os velhos hábitos da PM. Ele explica que a instituição foi criada com uma doutrina semelhante a do Exército, que prega a eliminação do inimigo, e que durante a ditadura militar foi aplicada por alguns setores da polícia.

A nova doutrina defendida por Giraldi já tem resultado práticos. Segundo ele, antes de seu método a cada dez ocorrências envolvendo reféns no Estado de São Paulo em média nove terminavam com mortes. Hoje esse número está próximo do zero.

O método Giraldi já é adotado em maior ou menor grau em todos os Estados brasileiros, com exceção do Rio de Janeiro. O método já foi oficialmente reconhecido pela ONU, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, dos Direitos Humanos e do Policiamento Comunitário.


Fim das pescarias
Nascido em Lins, o coronel conta que serviu o Exército com 18 anos e logo em seguida ingressou na Força Pública, antigo nome da PM. Começou sua carreira como soldado. Ele não tinha outros parentes na polícia. “Na época era um desprestígio ser policial, entrei sem minha família saber, mas precisava, não tinha pai e era pobre. Só com o tempo tive o reconhecimento deles”, fala.

Seu alistamento foi na cidade de São Paulo. Por dezoito anos serviu em São Paulo e depois em Bauru e Jaú. Foram 35 anos atuando e há 25 anos ele está na reserva. Giraldi também foi competidor de tiro esportivo e conseguiu 45 títulos brasileiros de tiro, oito internacionais e três recordes mundiais.

Ele conta que a iniciativa de criar um novo método de treinamento para a polícia surgiu ainda na ativa, quando percebia que quase todas as tragédias envolvendo ocorrências policiais poderiam ter sido evitadas. “Em quase todo mundo as forças policiais importavam a instrução de tiro das Forças Armadas, o que de forma alguma é correto para a polícia que serve a comunidade”, diz.

Um amigo seu, o tenente José Alfredo Cintra, na época com 21 anos, participando de um confronto armado em Bauru com dois bandidos, foi atingido no coração pelo disparo de um agressor e antes de morrer ele conseguiu atingi-lo e matá-lo. O outro fugiu.

A tropa consolou Giraldi dizendo que pelo menos o tenente morreu, mas levou um com ele. “Respondi que era melhor os dois estarem vivos”, fala. Para ele sempre quando há uma vítima, seja qual for o lado, a polícia perde.
Na elaboração do método ele diz ter estudado as neurociências para aprender como o cérebro humano funciona diante da morte. Foram também entrevistados policiais que enfrentaram confrontos armados, tanto os na ativa como aqueles que estavam presos por usarem incorretamente suas armas. Além disso, ocorrências que terminaram em mortes de policiais foram estudadas para conhecer suas falhas.

Nessa fase ele lembra que sua experiência de exímio atirador foi deixada de lado. Ele explica que uma das razões para tantas mortes no confronto policial foi transformá-lo em uma simples competição de quem atira melhor.

As idéias de Giraldi começaram a ser aplicadas em São Paulo logo após o caso da Favela Naval em Diadema. Nos dias 3, 5 e 7 de março de 1997 moradores do local foram espancados e mortos por policiais militares. Na época o Jornal Nacional mostrou em rede nacional o soldado Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, atirando em Silvio Calixto de Lemos já caído depois de apanhar.

O caso ganhou repercussão mundial e a força policial de São Paulo foi pressionada a mudar de conduta. Giraldi no mesmo ano foi convocado por seu estudo contra a violência para ajudar a PM e aos poucos ele foi sendo usado pela polícia. Hoje ele viaja pelo Brasil inteiro e diversos países para mostrar suas idéias. “Com isso acabei perdendo minha aposentadoria e não tenho mais sossegado para pescar”, brinca.

Sobre a morte do mecânico Jorge Luiz Lourenço, 22 anos, alvejado no dia 5 de abril de 2007 por policiais militares após furar um bloqueio policial, Giraldi não comenta, diz que só avalia após ser julgado. Mas na atuação policial em geral ele afirma que o policial tem que evitar a precipitação e a valentia perigosa. “Essas condutas em excesso são uma loteria, podem transformar o policial num herói, defunto ou presidiário”, fala.

Para ele o personagem do capitão Nascimento mostrado no filme “Tropa de Elite” é um péssimo exemplo de policial. “O filme só mostra duas policias, corrupta ou violenta. Isso não existe felizmente, os erros são exceções”, fala.

Giraldi também condena a população por muitas vezes manifestar a preferência por uma polícia violenta que mate, mas atribui isso a impunidade, já que apenas 1% dos autores de homicídio, estupro e roubo cumprem pena.

Ele é casado há 45 anos com Ivone, tem três filhas e vários netos. Ele agradece a mulher por sua compreensão e ajuda no seu trabalho. As mãos dos alvos que simulam pessoas do métodoGiraldi foram feitos por sua mulher, usando como molde a mão feminina. O símbolo do método, que é uma pomba em um triângulo, foi criado por sua filha caçula, que é designer.


O tiro
Nunca tinha encostado a mão em um revólver. Comecei logo com um calibre 38 de cano longo. O peso da arma impressiona, além disso somos obrigados a usar colete a prova de balas, óculos de proteção, abafadores no ouvido e um cinto para carregar o coldre.

A sensação na área de tiro é de apreensão e muito calor. Distante cerca de quatro metros do alvo parece que é fácil acertar. O primeiro tiro acerta o alvo, mas muito distante do centro. Controlar a empunhadura firme da arma é muito difícil. As duas mãos precisam segurar forte o cabo do revólver. E também somos orientados a fazer tudo corretamente, ou seja, o saque no coldre tem que ser sem olhar.

O tranco da arma não chegou a me impressionar. Os instrutores explicaram que armas com um calibre maior chegam a derrubar, mas um revólver 38 se for segurado corretamente não é tão forte.

Durante o tiro outra preocupação é encontrar a alça de mira no alto do cano do revólver e alinha-la com o alvo. Com calor, tensão e a preocupação com tantos detalhes a maioria dos jornalistas só começou a atirar num nível razoavelmente aceitável só no décimo tiro para a frente.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Região tem 121 vagas sem preenchimento, afirma Sert



Conseguir um emprego é um sonho comum para milhares de pessoas. Mas nem sempre o que falta é  exatamente oportunidade.

Segundo a Sert (Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho), existem mais de 100 vagas em Bauru e região com dificuldade de preenchimento.

Até esta segunda-feira eram 52 vagas na cidade de Bauru e mais 69 na região (121) à  espera de candidato. Algumas, como para operador de máquinas-ferramenta convencionais, estão abertas desde agosto.

O diretor regional do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) de Bauru, Alexandre Ciro Perin Bertoni, afirma que o motivo principal para essas vagas ociosas é a falta de qualificação. “As empresas adotam cada vez mais critérios rigorosos na seleção. O conhecimento técnico ou experiência são muito requisitados hoje em dia”, diz.

Ele conta também que em outubro a Sert teve 537 anúncios de emprego na região e 1.638 candidatos, porém, apenas 64 conseguiram ficar com o emprego.


Carteiro é o mais procurado
A vaga mais sem encaminhamento em Bauru atualmente é para carteiro (24 oportunidades). Não se trata do profissional da ECT, mas sim de entregas para uma empresa privada. As demais cinco vagas mais oferecidas e não preenchidas se dividem entre profissões com formação técnica e até mais simples – engenheiro químico (5), marceneiro (5), faxineiro (3), assistente de vendas (2) e chefe de cozinha (2).

Alexandre  Bertoni explica que as profissões que teoricamente não exigem muita qualificação também costumam ter algumas dificuldades. “É o segundo motivo para não preenchimento de vagas: a empresa oferece salário ruim ou exige demais do funcionário. Aí, fica sem preencher mesmo”, afirma.

Na região há vagas sem preenchimento como para atendente de lanchonete (4), operador de máquinas operatrizes (3), padeiro (3), assistente de vendas (2), faxineiro (2), masseiro (massas alimentícias) (2) e mecânico de manutenção de máquinas, em geral (2).


Emprega São Paulo é porta de entrada
A Sert divulga que oferece gratuitamente uma série de ferramentas e cursos para procurar empregos e melhorar a capacitação dos trabalhadores.

A porta de entrada para esses serviços é hoje o Emprega São Paulo – uma ferramenta gratuita de oferta e busca de vagas de trabalho pela internet.

É o novo sistema utilizado em todos os PAT (Postos de Atendimento ao Trabalhador). O candidato tem a opção de ir pessoalmente até um PAT, onde será atendido por um funcionário, ou pode fazer o cadastro sozinho, pela internet.

O Emprega São Paulo encaminha os candidatos para cursos em áreas como vendas, administração, indústria, construção civil, telemarketing, limpeza, informática, segurança e atendimento ao cliente.

As aulas gratuitas têm duração máxima de três meses e são ministradas em unidades do Centro Paula Souza, Senai e Senac.

Para o segundo semestre de 2009 são mais de 41 mil vagas com bolsa-auxílio de R$ 210 mensais.


Saiba mais
Emprega São Paulo: www.empregasaopaulo.sp.gov.br
PAT em Bauru: rua Joaquim da Silva Martha, 11-39, ou no Poupatempo - avenida Nações Unidas, 4-44, Centro (esquina com a Rua Inconfidência)
Senac: avenida Nações Unidas, 10-22
Senai: rua Virgílio Malta, 11-22
Centro Paula Souza: rua Virgílio Malta, quadra 12

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Espelhos que se entrecruzam



No começo de outubro de 2004, você deve ter visto alguma notícia na TV, internet, rádio ou jornal a respeito da possibilidade de o Universo ter a forma de uma bola de futebol. Toda essa discussão vem de uma pesquisa da radiação de microondas cósmicas, isto é, a radiação resultante do Big Bang (explosão que teria dado origem a tudo), e esse estudo tem mostrado que o Universo pode ser finito e ter o desenho de um dodecaedro, uma figura geométrica sólida com doze faces e semelhante à bola do esporte mais popular do mundo. Pronto, apareceu a manchete que todo o editor de esportes pedia para Deus: “O Universo inteiro é uma grande bola de futebol”.

Fiquei sabendo também que Platão na Grécia Antiga e Leonardo da Vinci no Renascimento afirmavam a mesma coisa, o cosmos teria o formato de um dodecaedro. Porém, o que mais me interessou foi outra coisa: as faces desse Universo geométrico podem ser como espelhos. Segundo essa teoria, se você pudesse viajar por todo o Universo, de ponta a ponta, ao final retornaria pela face oposta à que "saiu". É como uma imensa sala de espelhos, eu olho para esquerda, direita, frente ou atrás e vejo a mesma coisa. Uma vez que o Universo não seria infinito, então todas as imagens observadas seriam reflexos da mesma sala onde reside o observador.

Desculpe se fundi sua cuca, caro leitor. Porém, tive uma boa razão para fazer isso – a literatura também se serve de toda essa abstração e imaginação da astrofísica. Veja, por exemplo, Poe e Borges com suas histórias que se assemelham a um jogo de xadrez, a uma operação lógica. E mais relacionado a essa teoria do “Universo espelhado” existe um conto excelente do italiano nascido em Cuba por acaso, Italo Calvino (1923-1985), “Numa rede de linhas que se entrecruzam”, uma parte do livro “Se um viajante numa noite de inverno” (1979).

“Numa rede de linhas que se entrecruzam” é um dos maravilhosos romances propositalmente inacabados que Calvino espalha pelo seu livro. Conta a história de um homem de negócios obcecado por espelhos, não por vaidade, mas porque encontra na geometria dos reflexos a própria lógica da vida. Ele observa os desenhos formados por caleidoscópios em busca de procedimentos a serem seguidos, decisões práticas e previsões arriscadas.

Cita filósofos e pensadores que também compararam os padrões das imagens refletidas com a existência, como Plotino (205-270): “a alma é um espelho que cria as coisas materiais refletindo as idéias de uma razão superior”. Fascina-se com as máquinas catóptricas do século XVII, pequenos teatros de vários tipos em que se vê uma figura multiplicar-se segundo a variação do ângulo formado pelos espelhos. Transformam “um galho em floresta, um soldadinho de chumbo em exército, um livrinho em biblioteca”.

Ele constrói um império financeiro seguindo o mesmo princípio dos caleidoscópios e das máquinas catóptricas, multiplicando como num jogo de espelhos as sociedades sem capital, inflando os créditos, fazendo sumir os passivos desastrosos no ângulo morto das perspectivas ilusórias. Jamais pensava diretamente no dinheiro, nos negócios, nos lucros, mas apenas nos “ângulos de refração que podem formar-se entre superfícies brilhantes com inclinações diferentes”. Porém, obtém tanto poder que se vê ameaçado por seqüestros, tanto pelas quadrilhas especializadas como pelos seus sócios e concorrentes no mundo das finanças. A saída que encontra é o mesmo padrão dos jogos de espelhos, reproduziu sua presença, saídas e retornos, encomendou cinco Mercedes iguais a sua para despistar a todos. Assim como criou falsas empresas, falsas reuniões, falsas amantes, e depois até falsos seqüestros e falsos resgates.

Maravilhado com tratados de ciências ocultas e anátemas dos inquisitores a respeito do poder dos espelhos, o homem de negócios sonha: “De espelho em espelho – acontece-me às vezes sonhar – a totalidade das coisas, o Universo inteiro, a sapiência divina poderia concentrar enfim seus raios luminosos num único. Ou talvez o conhecimento do todo esteja sepultado na alma e um sistema de espelhos que multiplicasse minha imagem até o infinito e restituísse sua essência numa imagem única me revelasse a alma do todo que se esconde na minha.”

Hoje a própria tecnologia diz que realmente existe a probabilidade de todo o cosmos ser uma incomensurável sala de espelhos. É como se as artes, a filosofia e a ciência chegassem ao mesmo dilema: o que é o real?, ou pior, como diferenciar o real de suas imagens refletidas? Na literatura, o personagem de Calvino acaba se perdendo nas previsões e manipulações criadas por ele nos jogos de espelhos, não consegue antever todas as hipóteses e reflexos da vida.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Bolsa vive boa expectativa para 2010

Foto Reinaldo Chaves

A euforia com o Brasil e o enfraquecimento global do dólar fizeram o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) atingir nesta semana o maior nível em 15 meses, com mais de 67 mil pontos. A pontuação do Ibovespa aumenta na medida em que sobe o valor das ações.

A Bolsa foi um dos investimentos que melhor se recuperou da crise financeira mundial, que teve o marco inicial na quebra do banco norte-americano Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008.

O chefe de análise da Planner Corretora e vice-presidente do Apimec-SP (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), Ricardo Tadeu Martins, trabalha com uma expectativa de alta na Bolsa para os próximos meses e em 2010, embora reconheça que a grande alta recente talvez tenha sido exagerada e sofra alguns ajustes, principalmente agora com o novo IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre capital externo na Bolsa. “Mas temos que analisar a Bolsa sempre num prazo mais extenso, de longo prazo. Para 2010, 2011, 2012, o Brasil deve receber uma série de investimentos que vão ajudar muito a economia”, comenta.

Ricardo ficou em 8º lugar, classificado entre os 10 melhores analistas de ações em 2008, em levantamento realizado pelo Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) São Paulo, encomendado pela Agência Estado.

Para exemplificar, ele cita a evolução natural da economia depois da crise, com crescimento do PIB projetado para 2010 de 4,8% segundo o Banco Central. Muitos investimentos postergados por causa da crise vão ser retomados com a recuperação brasileira e internacional. Além disso, num horizonte mais longo, são aguardados os investimentos que vão dar sustentação a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Ricardo opina que a queda do mercado norte-americano foi muito bem assimilada no Brasil. “O governo percebeu que se não for fominha na questão tributária ele pode viabilizar mais investimentos, consumo e empregos, tanto é que a isenção do IPI para linha branca está sendo prorrogada”, diz.

Para Ricardo, o investidor estrangeiro está ciente de todos esses trunfos brasileiros e além disso sabe que o país tem indicadores econômicos de resultados iguais ou melhores que países como China, Índia ou nações desenvolvidas mais atingidas pela crise, como a Alemanha e França.

Terceira nota
Por isso, muitos recursos estrangeiros trocaram de portfólio, de país. Isso foi ainda mais estimulado para o Brasil quando, no fim de setembro, o Brasil foi coroado com a terceira nota de grau de investimento - seleto grupo de países considerados de baixo risco para se investir - pela agência de classificação de risco Moody's. Segundo os analistas os investimentos de maior peso só chegam a um país depois da terceira nota.

A primeira agência de classificação de risco a considerar o Brasil “investment grade” foi a Standard & Poor's, em 30 de abril de 2008. Em seguida, foi a vez da Fitch Ratings, em 29 de maio do ano passado.

Para Ricardo, se a Bolsa tiver pequenas baixas de 1% ou 2% isso não será motivo de temor porque as altas recentes foram muito expressivas e os volumes negociados voltaram a patamares anteriores da crise. “As quedas são bem absorvidas. Por dia o volume médio de negócios é de R$ 5,4 bilhões e na semana passada tivemos R$ 6,6 bilhões. Não adianta nada a Bolsa subir, mas com volumes pequenos de negócios”, comenta.

Ele pondera também que não há nenhum fato esperado para o futuro próximo que faça as Bolsas oscilarem drasticamente no mundo. Os bancos norte-americanos já divulgaram resultados do terceiro trimestre que mostram resultados consistentes, que foi onde justamente surgiu a crise.

Apenas causas políticas na opinião de Ricardo poderiam causar mudanças exageradas nos mercados. Sobre a campanha presidencial no Brasil em 2010, ele pondera que o mercado financeiro é sim atingido negativamente ou positivamente, mas que os efeitos mais severos não estão mais na Bolsa ou no dólar, mas nos juros. “Eles [juros] podem oscilar porque a questão fiscal do Brasil está se deteriorando e existe a incerteza sobre a candidatura ou não do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao governo ou Senado”, comenta.

Para Ricardo, atualmente não há sinais que os fluxos de capitais estrangeiros podem procurar outros países. Ele compara a Bolsa de Valores brasileira negociando R$ 6 bilhões por dia e a mexicana apenas R$ 1 bilhão. “Nosso país tem liquidez. No período recente o investidor tirou dinheiro do Brasil apenas porque precisava cobrir buracos de outros países sem liquidez”, analisa.


Mantega diz que taxação de capital quer evitar nova ‘bolha’
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o objetivo do governo, ao taxar os investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores e nas aplicações de renda fixa em 2% sobre o IOF, é evitar uma "bolha" na bolsa e a sobrevalorização do real, o que, segundo ele, poderia “causar danos para a produção brasileira”.

“Nossa preocupação não é a arrecadação. Este é um imposto regulatório e tem como objetivo equilibrar a entrada de capitais externos na economia brasileira e evitar excessos, de modo a não causar uma bolha na bolsa de mercadorias, nem uma sobrevalorização do real”, disse o ministro em entrevista para a Agência Brasil.

Mantega avisou, porém, que as medidas adotadas não devem evitar alguma valorização do real e reforçou que o risco está na sobrevalorização da moeda. “Acredito que [as medidas] não vão evitar a valorização do real porque ele reflete a força da economia”, avaliou. “E o Brasil é uma economia forte. Portanto, a moeda é forte.” O ministro alertou para o fato de que o real não pode se fortalecer demais sob o risco de enfraquecer a atividade produtiva. Segundo ele, é necessário um certo tempo para que as medidas adotadas surtam efeito. “O que colocamos foi um pedágio para a entrada excessiva [de dólares].”

Nos anos 90, o governo passou a cobrar IOF de 5% sobre capital estrangeiro que entrasse no País. A alíquota chegou a 9% e voltou a ser reduzida antes de ser eliminada, em 1999.

Segundo Ricardo Denadai, economista sênior do Santander Asset Management, esta medida pode trazer insegurança aos investidores estrangeiros, especialmente no mercado de ações, em relação às regras do jogo. Vale a pena lembrar que o mercado de ações está sendo uma importante fonte de financiamento do investimento das empresas. A economia brasileira tem uma necessidade enorme de investimentos privados, especialmente agora com a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos, em 2016.

Adicionamente, a medida pode ser ineficaz, pelo fato de a apreciação do Real, na nossa avaliação, ser uma conseqüência da depreciação do dólar em todo o mundo e do sucesso do Brasil, pois é hoje uma das economias mais bem posicionadas, com perspectivas fortes de recuperação, sustentadas pela sua demanda interna (mercado de trabalho forte e expansão do crédito).

"Avaliamos que mesmo com essa medida, a tendência do Real é a de valorização e que o melhor seria focar nas relações de comércio externo e ganhos de produtividade dos nossos setores de exportação", diz Denadai.

Mesmo potência, Bolsa ainda atinge apenas 7% do Brasil

Divulgação

A BM&FBovespa S.A. (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros) foi criada em 2008 com a integração entre BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) e Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

Juntas, as companhias formam uma das maiores bolsas do mundo em valor de mercado, a segunda das Américas e a líder no continente latino-americano. É atualmente a quarta maior bolsa do mundo atrás apenas das bolsas de Hong Kong, CME Group (Chicago) e Deutsche Boerse (Eschborn/Alemanha). Por dia o volume médio de negócios da BM&FBovespa é de R$ 5,4 bilhões. Seu lucro líquido no 2º trimestre de 2009 foi de R$ 325 milhões.

Mesmo com toda essa potência, a BM&FBovespa e corretoras calculam que apenas cerca de 7% da população ou 12 milhões de brasileiros investem ou conhecem a Bolsa, sendo que pessoas físicas investindo são só aproximadamente 600 mil pessoas e o conjunto total de investidores em diversos fundos somam 7 milhões.

Popularização
Para tentar mudar isso a BM&FBovespa realiza periodicamente cursos gratuitos para explicar seu funcionamento e realiza visitas a escolas e empresas. Recentemente, foi criado o Programa de Educação Financeira, realizado em parceria com a TV Cultura, exibido de segunda a sexta, às 7h15 e aos sábados, às 10h15. Trata-se de uma iniciativa pioneira no país em prol da popularização do mercado de capitais, da economia, finanças pessoais e tipos de investimento.

Os especialistas da Bolsa esclarecem que se trata de um investimento de risco, mas com alta rentabilidade se o investidor encarar aplicar ao longo prazo, tiver uma diversidade de ações e fizer compras periódicas no mercado.

Sobre as orientações para o investidor, o analista Ricardo Martins afirma que primeiro ele deve ter bem claro qual é seu horizonte na Bolsa. “Se ele focar o curtíssimo prazo para aproveitar as oportunidades de entrada e saída de capitais rápidas no Brasil, ele tem que estar muito atento, muito bem subsidiado pela corretora que o apóia. Mas se o horizonte do investidor for longo, por anos, como praticamente um sócio da empresa da qual adquire as ações, ele tem que aguardar os dividendos anuais dos lucros”, explica.

A valorização do Ibovespa, que aumenta na medida em que sobe o valor das ações, de 1968 a julho de 2008, rendeu 37 vezes o valor investido. Muito superior a qualquer investimento de renda fixa, como a poupança.

São 433 empresas hoje na BM&FBovespa, sendo que algumas são “blue chips”, isto é, ações de grande liquidez (grande quantidade de negócios) e mais procuras no mercado. São elas Petrobras, Vale, Itaú Unibanco, ações da própria BM&FBovespa, Bradesco, Gerdau, CSN e Usiminas. O preço das ações, chamado no mercado de “cotação”, oscila conforme a expectativa dos investidores em relação à companhia. Uma ação pode valer menos de R$ 1 ou mais de R$ 40.

Conheça mais
Site: www.bovespa.com.br

Investimento em tecnologia é de R$ 116 milhões
Em 2009, a BM&FBovespa está investindo R$ 116 milhões no desenvolvimento de projetos de tecnologia. Um dos carros-chefe é o sistema Mega Bolsa, que possibilita às corretoras enviarem em tempo real suas ordens de compra ou venda diretamente de seus escritórios, localizados em qualquer parte do Brasil, para a BM&FBovespa.

Mundialmente conhecido como NSC, o Mega Bolsa é utilizado por mais de 20 bolsas de valores em todo o mundo. Ele reproduz na tela o ambiente de negócios, exibindo os registros de ofertas e propiciando o fechamento automático das operações.

Com a finalidade de oferecer o máximo de segurança nas operações realizadas em seu sistema de negociação, a Bolsa as acompanha minuciosamente. Além disso, exige limites e garantias para a execução dessas operações.

A CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) administra o risco que essas operações podem associar aos mercados, estabelecendo limites operacionais para os Agentes de Compensação; estes, por sua vez, às Corretoras; e as mesmas a seus clientes.

Os limites operacionais são estabelecidos de acordo com as respectivas capacidades de liquidação das operações. Esses limites podem ser aumentados diariamente por meio do depósito adicional de garantias.


Entenda mais

Ações – são títulos negociáveis que representam, para quem as possui, uma fração do capital social de uma empresa. É um pedacinho dela

Companhia aberta – quando uma empresa decide abrir seu capital ela promove a colocação de valores mobiliários em bolsas de valores. As empresas fazem isso para obter dinheiro e crescer mais

Dividendos – são uma parcela de lucro líquido distribuída aos acionistas (donos das ações), na proporção da quantidade de ações que eles possuem. As empresas devem distribuir por lei no mínimo 25% de seu lucro líquido

Corretoras – são instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). São elas que executam operações de compra e venda de ações. A lista de todas as corretoras brasileiras está no site http://www.bovespa.com.br/Corretoras/index.asp?Corr=membros

Clubes de investimento – é uma opção para participar do mercado de ações em um grupo de amigos, vizinhos, colegas de trabalho etc. Cada pessoa reserva uma parte de suas economias para aplicar em conjunto

Home broker – é um instrumento que permite a negociação de ações via Internet. Ele permite que você envie sozinho ordens de compra e venda de ações através do site de sua corretora na internet. Informações em www.homebroker.com.br

Fonte: BM&FBovespa



Paulão tem saudade dos gritos e amizade
Paulo Roberto da Silva, 56 anos, o Paulão, hoje é assessor comercial da corretora Planner na capital. Ele começou na Bolsa aos 18 anos e um ano depois foi a trabalhar como operador, em 1973. Na época o pregão utilizava uma grande lousa negra para escrever a maioria das cotações das ações com giz e um pequeno quadro eletrônico começava a ser introduzido na rotina de trabalho. “Fechávamos o negócio na palavra, no boca-a-boca, consumávamos a transação por escrito em um papel com carbono e alguém na Bovespa transmitia esses dados para a visualização de todos nos painéis”, conta.

Depois essas anotações com carbono foram substituídas por cartões que lembravam cupons de loteria, que eram preenchidos com lapiseiras e lidos em seguida por leitores ópticos. As informações então ficam disponíveis em sistemas de computadores e mostradas em painéis.

Atualmente, todas as transações da BM&FBovespa são controladas pelo sistema Mega Bolsa. “No pregão viva-voz nosso recorde foi de 25 mil negócios num único dia. Nesse novo sistema o recorde é de 582 mil negócios num único dia”, explica.

Mas mesmo com todos os benefícios da tecnologia, Paulo diz ter saudades de participar ou ver o contato humano de um pregão viva-voz – época que entrou para o imaginário das pessoas com as cenas de centenas de operadores negociando ações na base do grito. Ele afirma ter passado “os melhores dias de sua vida naquele dia-a-dia da Bolsa”.

“Era como se você fosse um feirante e todo o dia tendo que conviver com seu companheiro de feira, cada um vendendo seu peixe. Todos disputando o negócio, o cliente, mas com grande companheirismo e respeito muito grande. Isso das 10 da manhã às 5 da tarde com o número máximo de 1.500 operadores”, lembra.

Com o advento das tecnologias da informação, o pregão da Bolsa foi se esvaziando. Cada operador foi trabalhar em escritórios em locais diferentes de São Paulo. O pregão da Bolsa teve três espaços físicos famosos – a partir de 1934 no Palácio do Café, no Pátio do Colégio em frente ao Palácio do Anchieta, em 1972 na rua Álvares Penteado e em 1985 foi transferido para o antigo banco Comind (Banco de Comércio e Indústria do Estado de São Paulo) na Praça Antonio Prado.

No final dos anos 90, o pregão começou a ser dividido, somente os principais papéis eram negociados no viva-voz e a maioria das ações passou a ser negociada no pregão eletrônico. Em 2005 o pregão viva-voz acabou definitivamente na Bovespa e em julho de 2009 na BM&F.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Jazz, rock, bolso vazio e uma piscina

Reprodução

Por aqui o iconoclasta guitarrista norte americano Frank Zappa (1940-1993) não é lá muito conhecido. É bem razoável entender porque - ele definitivamente não foi um compositor e músico convencional, desses que o rádio e a TV idolatram por terem um rostinho bonito ou um refrão bobinho.
O bigodudo Zappa fazia grandes músicas, tanto pelos vários minutos que duravam como pela fusão com vários elementos da música popular e erudita. O fã de outro maluco da música, o russo Stravinsky, buscou criar músicas que são consideradas pioneiras de novos estilos.
Um de seus trabalhos foi “Hot Rats” (1969), que está completando 40 anos. Ele já havia lançado discos fantásticos como “Freak Out!” (1966) e “We´re Only In It For The Money” (1968) ao lado da banda que liderava, a Mothers Of Invention. Mas Zappa estava duro. Todo mundo elogiava seu trabalho, mas comprar que é bom, necas.
Foi aí que ele tomou uma decisão sábia: fazer um trabalho menos comercial ainda. Dizem que ele foi inspirado por uma história que presenciou com a lenda Duke Ellington, um dos deuses do jazz. Zappa teria presenciado Duke Ellington implorando um adiantamento de meros 10 dólares para os executivos da Reprise, a gravadora deles, e não ser atendido. Revoltado, Zappa mandou a gravadora catar coquinho e foi criar um trabalho novo por conta própria.
Ele foi atrás de grandes músicos - os violinistas Don Harris e Jean-Luc Ponty, John Guerin e Paul Humphrey na bateria, o tecladista e saxofonista Ian Underwood e o amigo Don Van Vilet, conhecido como o vocalista Captain Beefheart. Juntos criaram o “Hot Rats”, disco quase totalmente instrumental. A exceção é a faixa “Willie The Pimp”, com os vocais característicos e chapados de Captain Beefheart.
As seis longas faixas do disco foram compostas por Zappa. Ele não gostava de jornalistas e de suas definições simplórias, mas esse foi um trabalho pioneiro da fusão do rock com o jazz. Os excelentes músicos tocam como numa jam, improvisando e muito soltos.
“The Gumbo Variations”, por exemplo, é um rhythm and blues com mais de 16 minutos de duração, uma experiência musical sensacional com Paul Humphrey e Ian Underwood em solos fabulosos. “Peaches en Regalia” é, vamos dizer assim, o hit do disco, muito presente em qualquer coletânea de Zappa, muito furiosa e feliz ao mesmo tempo. “Willie The Pimp” tem “só” o vocalista visceral Captain Beefheart e um solo de sete minutos de Frank Zappa que faz inveja a qualquer guitarrista vivo hoje no planeta Terra.
Toda essa doideira, segundo a banda, foi gravada em um gravador “caseiro de seis canais”, sendo que no meio musical alguns afirmam que este é o primeiro disco gravado em seis canais a ser lançado comercialmente. O comum eram apenas quatro.
Essa criatividade chapada, sem grana e caseira está na arte do disco também, com fotos da banda descabelada e largada. Mas vale dizer que a foto da capa dos ‘Ratos Quentes’ não é o Zappa, como eu e muita gente pensava. Não é um cabeludo, mas uma cabeluda, Christine Frka, uma das integrantes do grupo de groupies que seguia Zappa e sua banda, as GTOs – Girls Together Outrageously (Garotas Juntas Escandalosamente). A foto mostra Christine esperando à surdina dentro de uma piscina suja e abandonada em uma mansão de Beverly Hills. Sugestivo?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Skaf muda discurso e quer menos spread bancário

Reprodução

Em visita ontem na região, o presidente do Ciesp/Fiesp (Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, deixou um pouco de lado a velha queixa do empresariado - o índice exagerado da taxa básica de juros - e resolveu criticar violentamente o spread bancário, isto é, a diferença entre os juros que os bancos pagam para pegar dinheiro e as taxas que cobram do consumidor.
Para Skaf há espaço para o Banco Central reduzir mais a Selic, hoje em 8,75%, porque com uma inflação de 4,3% o juro real atinge também mais de 4%, enquanto o de países em desenvolvimento é próximo de zero. “Mas muito mais grave que isso hoje são os spreads bancários. Cobram perto de 30%, é um absurdo”, afirma.
Quanto maior o spread bancário, maior é o lucro. O spread do Brasil é o maior do mundo e 11 vezes o dos países desenvolvidos. Hoje é de cerca de 27,4%, segundo a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Compulsório é polêmica
A queixa sobre o spread bancário é grande porque torna mais caros os empréstimos das instituições financeiras.
Em entrevista em agosto o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, se defendeu sobre o alto valor dos spreads alegando que ele é formado por três fatores - o nível de inadimplência, tributos e principalmente os depósitos compulsórios, isto é, a obrigação dos bancos comerciais e outras instituições financeiras a depositarem, junto ao Banco Central, parte de suas captações em depósitos à vista ou outros títulos contábeis. Trabuco afirma que no Brasil o compulsório ultrapassa 40% enquanto em países como a Inglaterra é de 5%.
Questionado sobre isso Paulo Skaf disse ontem que os compulsórios são motivo para spread tão altos. “Mesmo sem compulsório o spread continuaria alto. É um mal que precisa ser combatido urgentemente”, fala.

‘Retomada é consistente’
A indústria da região de Bauru foi a 2 que mais contratou em setembro atingindo alta de 1,81% com a contratação de 450 trabalhadores.
Na média estadual, o índice subiu 0,2% com ajuste sazonal, após voltar ao “nível zero” no mês anterior, e deixou para trás uma série de doze baixas seguidas.
Para Paulo Skaf isso é mostra de uma “retomada consistente” da indústria paulista depois da crise financeira mundial. “O pior ficou para trás. Os únicos setores que ainda não se recuperaram são os exportadores porque os clientes lá estão comprando menos e o real está sobrevalorizado. Os demais são 80% da produção brasileira e estão já se recuperando. A expectativa é que o Brasil cresça de 5% a 6% em 2010”, comenta.

Diminuição de jornada é criticada
No Congresso se discute atualmente a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 231/1995 que propõe que os brasileiros deixem de trabalhar 44 horas semanais e dediquem-se 40 horas à atividade produtiva.
O presidente do Ciesp/Fiesp é contra. “Em outros países em que isso ocorreu não houve geração de empregos. Além do mais, um projeto como esse só deveria ser discutido depois das eleições”, afirma.

Cobrança de IOF na Bolsa é apoiada
A cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nos investimentos estrangeiros em renda fixa e na bolsa de valores, em vigor desde a terça-feira, tem sido criticada por especialistas, que questionam sua real eficácia sobre o câmbio.
A taxação de 2% sobre o ingresso desses capitais foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O presidente do Ciesp/Fiesp, Paulo Skaf, defendeu totalmente a taxação do IOF. “O dólar no Brasil está barato, isso artificialmente encare as exportações. Alguma precisava ser feita para mudar isso. Os investimentos produtivos que geram emprego e renda vão continuar entrando na Bolsa brasileira. O que vai ficar mais desestimulado é o investidor de curto prazo, o especulador”, comenta.
Ele, porém, diz acreditar que a taxação do IOF vai apenas diminuir um pouco o problema, isto é, o grande fluxo de dinheiro externo que entra no Brasil ainda vai forçar o real a continuar alto. “O ideal seria a criação de medidas compensatórias. Por exemplo, os exportadores que tem créditos fiscais deveriam receber dos governos mais apoio”, diz.
O principal argumento é de que a alíquota de 2%, além de não ser suficiente para segurar a valorização do real, poderá prejudicar o acesso das empresas ao financiamento externo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Toyota mira mercado brasileiro de compactos; Sorocaba terá nova fábrica

Foto Luís Cardoso

Em visita a Bauru nesta quarta-feira, o vice-presidente senior da Toyota Mercosul, Luiz Carlos Andrade Junior, falou dos planos da montadora japonesa para o Brasil nos próximos anos.

A empresa tem hoje apenas 3% do mercado nacional, mas quer subir muito esse percentual ao entrar no segmento dos carros compactos, com preços entre R$ 25 mil e R$ 55 mil. “A fábrica que será instalada em Sorocaba vai construir esse novo veículo. Ela foi concebida para isso. A previsão é começar a produzir a partir de 2011”, conta.

O carro compacto da Toyota que será comercializado no Brasil e também na Índia ainda não tem nem nome. “Para concorrer no Brasil está sendo desenvolvido um novo veículo no Japão por nossos engenheiros”, explica.

Hoje a Toyota atua no Brasil principalmente com o Corolla, feito em Indaiatuba. Outro veículo muito vendido no país é o Hilux SW4 feito na Argentina. Em janeiro, a Toyota desbancou a GM e se tornou a maior montadora do mundo com 8,35 milhões de unidades comercializadas em 2008.


Concessionária abrange a região
São Paulo é o principal mercado do Brasil para a Toyota. No ano passado foram comercializados no Estado 29.052 unidades dos modelos Corolla, Fielder, SW4 e Hilux.

Em Bauru, a marca vendeu nos nove meses deste ano 256 unidades, com destaque para a participação de mercado do Corolla, de 29%, dois pontos acima da média nacional.

Os executivos estiveram na quarta-feira em Bauru para a inauguração da concessionária Mori Motor’s.

Humberto Carlos Chaim, diretor da concessionária, conta que o principal nome vendido, o Corolla, pode ser encontrado a partir de R$ 56 mil. “Pretendemos atingir um raio de 100 km. Investimos em Bauru porque acreditamos no progresso e no potencial da cidade e região”, conta.

Estimativas de mercado afirmam que o investimento em Sorocaba será de US$ 1 bilhão e produção de cerca de 150 mil veículos por ano.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

HSBC inaugura 3a. ‘agência global’ do Brasil em Bauru

O banco HSBC, maior organização de serviços financeiros e bancários do mundo, inaugurou ontem em Bauru a terceira agência do país com atenção exclusiva ao cliente, a chamada GRS (Global Retail Store). As outras estão em São Paulo e Presidente Prudente.
No mesmo prédio da quadra 5 da rua Ezequiel Ramos, funciona também o HSBC Premier Centre de Bauru, a primeira agência do banco em Bauru exclusiva para clientes de alta renda.
O diretor da rede de agências do HSBC no Brasil, Odair Dutra, afirma que nos últimos três anos foi decidido investir com força nesse nicho. “No Brasil hoje são 81 Premier Centres e até o final do ano vamos chegar a 98 agências. Só em Bauru o investimento foi de cerca de R$ 1,5 milhão”, conta.
O modelo GRS estabelece um novo design da agência, reforça o conceito que coloca o cliente no centro de tudo, dispensando os convencionais caixas, substituindo-os por atendimento pessoal em mesas redondas.

Interior terá mais investimentos
No Interior, agências HSBC Premier Centre já existem em Bauru, Campinas, Ribeirão Preto, Rio Preto, Marília, Presidente Prudente, Araçatuba e Piracicaba. Estão previstas mais unidades no Interior em Campinas, São José dos Campos, Itu e Sorocaba.
O investimento em cada uma é de aproximadamente R$ 1 milhão. A previsão de inauguração é até o 1º semestre de 2010. No Interior já foram investidos R$ 7,8 milhões. A agência de Bauru possui 507 clientes Premier. Odair Dutra explica que o cliente do HSBC Premier Centre tem o mesmo atendimento em 79 países. “Em Hong Kong um cliente de Bauru tem o mesmo atendimento na agência e por telefone.”
O modelo também oferece apoio aos clientes em dificuldades no exterior. Por exemplo, se ele perde seus documentos e cartão de crédito, o HSBC fornece um novo e empresta mil dólares ao cliente.

Economista vê cenário positivo
André Loes, economista-chefe do HSBC em São Paulo, calcula crescimento de 5,3% do PIB em 2010, após alta de 0,4% em 2009. Motivos: aceleração no consumo e elevação muito forte nos investimentos.
Para Odair Dutra, uma crise econômica só avisa quando chega, mas não quando vai embora. “Os índices econômicos brasileiros estão mostrando tendência de retomada sólida. Por isso o HSBC escolheu o Brasil como uma das prioridades para investimento.” Odair também afirma que o HSBC pretende investir mais em crédito imobiliário. “No Brasil, o déficit habitacional de cerca de 9 milhões de residências”, diz.

Ativos no mundo chegam a US$ 2,5 bi
A HSBC Holdings plc é sediado em Londres, Inglaterra. Foi fundado em 3 de março de 1865. Seus ativos no mundo chegam a cerca de US$ 2,527 bilhões. Seu Lucro (antes dos impostos) atingiu US$ 9,3 bilhões no segundo semestre de 2008. São mais de 100 milhões de clientes.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Insetos vão desvendar crimes em Bauru

A cena de um crime contém muitos elementos que podem ajudar a contar a história de uma ocorrência e muitas vezes mostrar seus reais culpados. Até um inseto pode ajudar a elucidar um crime.
É isso que pela primeira vez na história a Polícia Civil do Estado de São Paulo vai usar. A chamada entomologia forense está começando a ser ensinada aos policiais paulistas e no Interior a região de Bauru é a primeira a ser treinada.
A entomologia forense é uma ciência aplicada que tenta determinar a data da morte, e quando for possível, a causas de morte de seres humanos através dos insetos que colonizam o cadáver. Vinte policiais da área do Deinter-4 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior-4), cuja sede fica em Bauru, estão sendo treinados em entomologia forense até o sábado, dia 10.
O delegado Licurgo Nunes Costa, diretor do Deinter-4, explica que estão sendo treinados policias diretamente ligados a investigação de homicídios. “Eles se tornarão multiplicadores dessa nova técnica. Nosso serviço de inteligência vai ser aprimorado numa área de quase 2 milhões de habitantes”, diz.
Nova postura
Segundo o delegado Licurgo, a polícia civil da região vai passar a observar com mais cuidado a cena de um crime. Detalhes que antes eram ignorados, como a presença de insetos e larvas, agora serão bem observados.
No curso que estão fazendo os policiais vão aprender a recolher os insetos e larvas, que serão enviados para análise em centros de estudos de entomologia da Unicamp (Universidade de Campinas) e da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) de Rio Claro.
Na próxima semana, mais uma turma de 20 policiais civis vai fazer o curso de entomologia forense, dessa vez para policiais que atuam na repressão do tráfico de drogas.

‘São provas mais valiosas‘
O coordenador do curso de entomologia forense, o perito criminal Edilson Nakaza, afirma que as informações coletadas com os insetos têm valor de prova numa investigação criminal. “São provas na maioria das vezes mais valiosas do que depoimentos, já que são evidências científicas”, conta.
Hoje os policiais civis de Bauru e região vão ter aulas com a maior autoridade em entomologia do país, a bióloga da Unicamp, Patricia Jacqueline Thyssen, e no sábado vão ter aulas práticas de coleta e análise de insetos e larvas em uma chácara da Polícia Civil.
Esse trabalho é um convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) através da Academia de Polícia do Estado.
Segundo o delegado coordenador do núcleo de ensino do Deinter-4, Luís Henrique Casarini, no total para reforçar o serviço de inteligência da Polícia Civil estão previstos 13 cursos, como o de entomologia forense, DNA forense, identificação veicular, preservação de local, medicina legal, entre outros.

Aplicações são amplas
As aplicações da entomologia forense também são muito variadas. Além de determinar o período de tempo entre a morte e o descobrimento do cadáver com a análise de larvas e insetos, a técnica também pode ajudar no combate ao tráfico de drogas.
A maconha, por exemplo, contém vários fragmentos de insetos e de solo. Com a sua identificação é possível descobrir a origem da droga, já que determinados insetos só existem algumas áreas, como na Bolívia ou Nordeste.
Em crimes ambientais, o conteúdo do estômago dos insetos mortos também pode ser estudado para descobrir os agrotóxicos ou susbstâncias químicas presentes na região.
Em mortes dificéis encontrar a causa, Edilson Nakaza também explica que os insetos podem auxiliar. “Moscas próximas do cadáver podem, por exemplo, ser recolhidas para procurar vestígios de cocaína e pólvora”, explica.
As moscas são, muitas vezes, as primeiras a chegar ao local de homicídio. Elas preferem um cadáver úmido para as larvas se alimentarem. Já os besouros são geralmente encontrados nos cadáveres quando estes se encontram mais decompostos.

Capitão foi salvo da prisão por larvas
O perito Edilson Nakaza lembra um caso célebre na Hungria que salvou um capitão da Marinha da prisão.
Nos anos 90, ele foi incriminado por supostamente ter matado um passageiro de seu barco. O militar chegou a ser condenado a prisão perpétua.
Depois de oito anos de cadeia, o caso foi reaberto e foram analisados os vestígios do crime, entre eles as larvas que estavam no cadáver. Com isso foi provado que o morto foi assassinado um dia antes do capitão estar no barco.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Unesp terá projeto inovador de reflorestamento e esgoto

Um projeto inovador e barato que está sendo feito no Rodoanel de São Paulo, a transposição de galharia da mata atlântica, também será testado em Bauru com o cerrado. O professor Osmar Cavassan explica, que nesse sistema toda área que foi desmatada para as obras, no caso para a construção das estradas do Rodoanel, teve toda sua biomassa, como galhos, sementes e folhas, transportada para locais em que se deseja criar florestas. Naturalmente esse material germina e forma de novo matas.
Em Bauru, o projeto é aplicar isso no campus da Unesp envolvendo também o tratamento de esgoto. O professor conta que a universidade gera um volume grande de esgoto, acrescido também do criado pelo posto do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do 4º BPMI (4º Batalhão de Polícia Militar do Interior). Todos esses dejetos vão para uma fossa na parte mais baixa do campus. “Uma bomba joga todo esse esgoto para o córrego Água Comprida”, diz.
Se pretende adotar na Unesp o sistema alagados construídos, que foi o de tratamento de águas residuárias (tratamento de esgoto) adotado pelo Jardim Botânico Municipal de Bauru usando lagoas sem cheiro. O professor Osmar afirma que se planeja tratar o esgoto da universidade numa área perto do CTI (Colégio Técnico Industrial). “Só que esse local tem uma mata cerrado de 4 a 5 hectares, então primeiro a Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] tem que liberar as obras, só falta isso para começar”, conta.
Toda a biomassa de cerrado que será derrubada será transplantada para uma estrada em frente ao Ipmet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas), que no passado foi desmatada e hoje está abandonada. “Será uma experimentação. Nunca esse processo foi feito com o cerrado”, finaliza.

Floresta urbana vai garantir qualidade de vida
No dia 11 de setembro, o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) anunciou a compra de área equivalente a 60 mil metros quadrados da floresta urbana localizada em frente ao câmpus da Unesp-Bauru, por R$ 1,2 milhão. Isso equivale a 10% do total da mata, formada principalmente por cerrado.
O professor Osmar Cavassan comenta que a compra desse terreno não deve ser encarada apenas como um espaço com um grupo de plantas e animais. “A questão ambiental extrapola isso. Isso vai envolver a comunidade que vive no entorno, a proteção do solo e do clima e é também um sinal que mostra que os espaços públicos que garantem qualidade de vida para todos devem ser preservados em Bauru”, diz.
Para ele, um espaço como esse pode ser usado como laboratório para geração de novos conhecimentos, espaço para educação ambiental e de ciências, fatores importantes também para criar noções estéticas. “No Brasil há uma cultura ambiental importada, nós adoramos leão e pinheiro, mesmo não existindo por aqui. Temos animais e plantas do cerrado maravilhosos, lindos, que não são conhecidos nem apreciados”, afirma.
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, diz que sonha com a compra de mais áreas da floresta urbana. A área comprada é o pedaço que está anexo à reserva legal do loteamento que existe ao lado, próximo a nascente do córrego da Água Comprida. A intenção do poder público é trabalhar o espaço comprado como uma espécie de parque. “Por mais necessidade que a área tenha de ser preservada, o mínimo de acesso a ela tem que ser dado. Isso vai ser com pessoas acompanhadas de monitores e pesquisadores que terão acesso a mata. Mas entradas aleatórias, sem supervisão, não devem ser permitidas. Isso atrapalharia pesquisas científicas e pode degradar a área”, fala.
Para a presidente do Instituto Ambiental Vidágua, Maria Helena Beltrame, a preservação da floresta urbana é um ‘símbolo’. “As pessoas ainda associam meio ambiente apenas com a floresta longe da cidade. Elas precisam entender que na vida urbana há necessidade de grandes áreas verdes para existir qualidade de vida”, aponta.
Em junho, o governador José Serra (PSDB) assinou a lei de proteção ao cerrado, aprovada pela Assembléia Legislativa. A nova lei de proteção ao cerrado estabelece critérios mais severos que o próprio Código Florestal Brasileiro no que diz respeito à utilização e preservação do cerrado.
A preocupação é garantir a sobrevivência deste bioma severamente ameaçado. O Estado possui somente 0,84% de área de cerrado, o equivalente a 211 mil hectares, ante a ocupação original de 14% do território paulista - 3,4 milhões de hectares. Em Bauru, a área remanescente é de 8%. O município conta com 5.959 hectares de cobertura florestal e 254 fragmentos florestais.

Selo Verde e Azul é meta
Uma das metas da administração municipal é conseguir o selo de Município Verde Azul. Nesse projeto, o Governo do Estado de São Paulo e os municípios trabalham juntos na efetivação da agenda ambiental paulista. Com essa gestão ambiental compartilhada, o Governo passou a ter os municípios como fortes parceiros, tomando decisões conjuntas e estimulando ações municipais em prol do meio ambiente e da sociedade.
A adesão dos municípios ao Projeto se dá a partir da assinatura de um "Protocolo de Intenções" que propõe 10 Diretivas Ambientais que abordam as questões prioritárias a serem desenvolvidas - Esgoto Tratado, Lixo Mínimo, Recuperação da Mata Ciliar, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Habitação Sustentável, Uso da Água, Poluição do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho de Meio Ambiente. A equipe da SMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) orienta os municípios no preenchimento do Plano de Ação e no cumprimento das metas.
No final do ano é divulgado o ranking ambiental dos municípios paulistas, com uma nota que varia de zero a 100. As localidades que obtêm nota superior a 80 recebem o certificado de Município Verde Azul. No ano passado, dos 332 municípios avaliados, apenas 44 receberam o selo verde da SMA.
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, reconhece que o principal problema de Bauru é o tratamento de esgoto, é a principal barreira para a cidade obter o selo de Município Verde Azul. “A prefeitura através do DAE [Departamento de Água e Esgoto] já vem fazendo o trabalho de instalação dos interceptores. Eu acredito que daqui três, quatros anos teremos o tratamento de esgoto com 100%. O prefeito está correndo atrás do financiamento para isso. Uma pequena porcentagem do esgoto, 2%, já é tratado em Tibiriçá, falta apenas as licenças ambientais”, diz.
Sobre os outros pontos ele afirma que Bauru já atende ou está próxima disso. Por exemplo, as cidades deverão ter 12 m2 de área verde por habitante, segundo Valcirlei, Bauru tem 21 m2. “Essas áreas ainda não estão equilibradas na zona urbana, para toda a comunidade usufruir, mas o tamanho já obedecemos. A coleta de lixo residencial e o aterro sanitário também já atendem as exigências, apesar de sua vida útil estar chegando no limite”, comenta.
Na educação ambiental, o secretário diz que entidades como o Vidágua, Fórum Pró-Batalha e a própria Semma já fazem esse trabalho há vários anos, mas ainda precisam ser registrados ou adaptados no projeto Município Verde Azul.

População ainda resiste a cuidar de rios e córregos
Sobre o trabalho de proteção e reflorestamento das matas ciliares dos córregos e rios de Bauru, Maria Helena Beltrame, presidente do Instituto Ambiental Vidágua, conta que a resistência ainda é muito grande. “Existe uma dificuldade muito grande em Bauru para entrar nessas propriedades com nascentes ou que tem o curso de córregos e rios”, diz.
Segundo ela, os proprietários barram a entrada de ambientalistas que cuidam da mata ciliar e também não simpatizam com as regras impostas, como restrição à entrada de gado e queimadas.
A cidade de Bauru está dentro de duas bacias hidrográficas, a Tietê-Batalha e a Tietê-Jacaré. Na área urbana existem 26 córregos e na área rural mais 54. Pela cidade também passam o Rio Bauru e o Rio Batalha.
O Vidágua, mesmo, com essa resistência, está fazendo um diagnóstico do tamanho, localização e condições de toda a mata ciliar de Bauru.
O Comdema teve dificuldade para aprovar o espaço de APP (Área de Preservação Permanente) de córregos como da Grama, Ressaca e Forquilha com o espaço de 50 metros para preservação nas margens. “Na conversa e explicação se chegou a um acordo. Esse espaço maior é melhor para a própria população que mora perto. Antes o espaço era de 30 metros, não é uma área perdida”, diz Maria Helena Beltrame.
Segundo o professor Osmar Cavassan, normalmente os pequenos proprietários são mais abertos as mudanças necessárias. “Com um programa de educação ambiental que mostre os benefícios de cuidar bem dos rios, esse trabalho é aceito. Não cuidar da mata ciliar traz erosão, empobrecimento e desvalorização do solo e compromete a qualidade da água do rio. Os grandes têm mais resistência contra isso”, conta.
A Semma tem a disposição, para oferecer gratuitamente, 400 mil mudas para moradores da área urbana e rural e técnicos que orientam no plantio.

Saiba mais
Endereço: Avenida Nuno de Assis, 14-60
Telefone: (14) 3235-1080
e-mail: meioambiente@bauru.sp.gov.br

Lixo preocupa
O problema mundial do lixo, que é produzido diariamente em toneladas e custa milhões para ser adequadamente descartado, para o professor Osmar Cavassan para ser resolvido ou diminuído deveria ter a participação de todos. “Precisamos primeiro reduzir o volume de lixo produzido. Isso se faria com reutilização, reciclagem e menor consumo, uma mudança comportamental”, comenta.
Coder sonha com usina
Desde 2006, o Coder (Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional) tem um projeto para criar uma usina regional de lixo. O ideia prevê envolver toda a 7ª região administrativa, com 40 cidades, para abranger uma área com cerca de 1 milhão de habitantes e investimento entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões.
A usina seria instalada em Bauru para reciclagem e geração de eletricidade a partir dos resíduos. A região produz cerca de 700 toneladas por dia. No momento o Coder e as cidades tentam um financiamento no Ministério das Cidades, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e junto a empresas.

Zoneamento
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, comentou também a instalação do minidistritos industriais na cidade, como o do Jardim Pagani. Ele explica que os empreendimentos na cidade obedecem a leis de zoneamento, que preveem que tipos de usos podem ser realizados em determinadas áreas, como residencial, comercial e industrial. “A Seplan [Secretaria de Planejamento] determina que tipos de empresas podem se instalar nos minidistritos e depois essas empresas ainda tem que passar por uma análise da Semma [Secretaria de Meio Ambiente] para verificar se ela é potencialmente poluidora”, diz.

Há barreiras ainda a vencer
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, comenta que ainda hoje enfrenta barreiras no seu trabalho, que afirma muitas vezes é entendido como obstáculo para o desenvolvimento e a agricultura. “Hoje melhorou sem dúvida, mas convivemos ainda com problemas antigos, como queimadas e produção de gado em locais irregulares”, comenta.
O orçamento da secretaria de meio ambiente apenas aparenta ser grande. São R$ 16 milhões e para 2010 a expectativa é de R$ 21 milhões, mas a maior parte desse dinheiro vai para o pagamento da coleta de lixo. “Tirando os gastos de custeio para investimentos sobram R$ 500 mil por ano”, afirma.
A pasta do meio ambiente foi criada no governo do prefeito Antônio Tidei de Lima (1993-1996) e o primeiro secretário informal foi o professor de ecologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Osmar Cavassan, prestando assessoria para a administração do prefeito Osvaldo Sbeghen (1977-1983). “Na época chamavam a questão ambiental de perfumaria. Atualmente vemos muita melhora, como a existência de um Comdema [Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente] que já é deliberativo e não apenas consultivo”, diz.
A presidente do Instituto Ambiental Vidágua, Maria Helena Beltrame, fala da necessidade de mudança de comportamento, algo demorado. “O direito ambiental, por exemplo, é novo, surgiu em 1981, precisa de mais tempo para ser assimilado. Até hoje não há a disciplina de direito ambiental nas faculdades”, comenta.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Agora eu já nem sei Se hoje foi anteontem Me perdi lembrando o teu olhar O meu futuro é esperar pelo presente de fazer



Acaju

Turismo emprega mais de 10 mil pessoas em Bauru

Na última sexta-feira, dia 25, Daiellen Vale dos Santos, 25 anos, acordou cedo para recepcionar um grupo de mais 300 pessoas de cidades como Ourinhos, Botucatu e Marília. Ela estava trabalhando em um evento empresarial no Obeid Plaza Hotel em Bauru. “Há seis anos trabalho em eventos como esse. Existe muita concorrência por uma vaga, que consigo por experiência ou indicação. Tem meses que já consegui três, quatro trabalhos, que pagam uma média de R$ 100, dependendo da duração. Estou conseguindo pagar minha faculdade de biologia com isso”, conta.
O exemplo de Daiellen se repete muito em Bauru. O setor de turismo, e na cidade principalmente o de negócios, emprega 8.500 pessoas apenas no setor hoteleiro, de acordo com o presidente do Sindicato de Trabalhadores dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru, Francisco Pereira de Andrade.
Além dos hotéis, o turismo também movimenta a economia no ramo de restaurantes, bares, agências, transportes, comércio, entre outros, conseguindo empregar mais de 10 mil pessoas em Bauru. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cidade tem 359.429 habitantes, ou seja, cerca de 3% vivem diretamente do turismo, já os indiretos podem representar uma porcentagem bem maior se for contada a família dessas pessoas.
Hotéis, restaurantes, feiras, shows, teatros, museus, dentre outros são os grandes atrativos para os turistas, levando ao aumento das arrecadações financeiras desses estabelecimentos, provocando maior arrecadação dos impostos, aumentando também a arrecadação municipal.



Números do turismo em Bauru

Hotéis, flats – 35 (sem contar pousadas)
Motéis – 12
Apartamentos – 1,7 mil
Leitos – 3,3 mil

Faculdades – 2

Empregos no setor hoteleiro – 8,5 mil

Movimento no terminal rodoviário - média diária de 3,5 mil pessoas em embarque e desembarque. Nos finais de semana prolongados sobe para 5 mil pessoas

Movimento no aeroporto do Aeroclube em 2009 até agosto – 6.998 embarques/desembarques
Movimento no aeroporto Bauru/Arealva em 2009 até agosto – 25.611 embarques/desembarques

Fonte: Bauru e Região Convention & Visitors Bureau, Sindicato de Trabalhadores dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru, Emdurb e Daesp



Hoje é o dia mundial do turismo
Hoje, 27 de setembro, se comemora o dia mundial do turismo. A data foi instituída pela OMT (Organização Mundial do Turismo), órgão que compõe o Sistema das Nações Unidas, em setembro de 1979.
Durante a realização de uma Assembleia Geral da organização, os membros participantes decidiram que a cada ano seria abordado um tema diferente, no dia 27 de setembro.
A escolha da data se deu em homenagem à implantação do Estatuto da entidade, adotado desde 1970, um marco na história do turismo mundial, portanto, comemorando seus nove anos de vigor, em 1979.
A intenção dos organizadores do evento foi a de transformar o Dia Mundial do Turismo numa data capaz de conscientizar a sociedade dos valores culturais, políticos, econômicos e sociais que esse ramo ocasiona.
O turismo é uma atividade relacionada ao entretenimento, onde as pessoas se divertem ao passearem por diferentes lugares.
Além disso, é tido como a área profissional que cuida de toda a movimentação que esses passeios ocasionam, o conjunto de serviços que os mesmos geram, com o intuito de promover o bem-estar dos visitantes ou turistas, sendo que seu maior objetivo é de que o viajante sinta-se satisfeito e retorne ao local.
As movimentações turísticas abrangem boa parte da economia de um país, pois ocasionam a circulação de um número bem maior de pessoas nas regiões visitadas. Isso faz com que aumentem os empregos, os investimentos na estrutura da cidade, melhorando a qualidade de vida das pessoas que ali vivem.
Em 2009 o objeto da pauta da Organização é “Mudanças Climáticas: o turismo em busca da ecoeficiência”, levando o assunto como grande interesse da área, buscando alertar a população sobre os danos da degradação do meio ambiente e apresentando os bons resultados das práticas turísticas de preservação.



Setor sofre em Bauru com baixa ocupação e poucos dados
Apesar de empregar muitas pessoas e já receber muitas pessoas, o setor de turismo em Bauru é visto com muito potencial ainda para ser explorado.
A presidente do Bauru e Região Convention & Visitors Bureau, Michele Kyrillos Obeid, conta que a ocupação da rede hoteleira em Bauru durante os dias úteis tem uma média de 80% e nos finais de semana cai para 20%. “De segunda à sexta o foco é em negócios e em eventos, por isso a boa ocupação. Mas sábado e domingo despenca”, diz.
Uma solução sugerida para melhorar isso é a cidade interligar mais suas atividades culturais, esportivas, entre outras, como ocorre em São Paulo, onde é muito comum as pessoas visitarem a cidade nos finais de semana para visitarem museus e pontos turísticos ou assistirem jogos e apresentações artísticas.
Sem números
Outra dificuldade para o turismo de Bauru crescer mais é a falta de estatísticas do setor. Por exemplo, Michele diz não existir em Bauru estudos científicos sobre o faturamento do turismo e números e características dos turistas que visitam a cidade. “Sem isso fica mais difícil conseguir investimentos para o setor. Esperamos que ano que vem consigamos fazer esses estudos em parceria com o poder público”, fala.

Bauru e Região Convention & Visitors Bureau
Telefone: (14) 3234-7646
e-mail: bauruconvention@terra.com.br


Caminhos do Centro Oeste terá catálogo em dezembro
O Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista, uma das principais iniciativas para expandir o turismo na região, vai lançar seu primeiro catálogo em dezembro deste ano.
O circuito é uma parceria entre o Sebrae-SP, Coder (Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional), Instituto Soma, prefeituras de Agudos, Avaí, Arealva, Bauru, Duartina, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba, Pederneiras e Piratininga e o Ciesp.
A analista do Sebrae em Bauru, Isa Maria Francischini, explica que o projeto tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento sócio econômico e cultural da região de forma sustentável. “Nossa meta é inserir a região no mercado regional, estadual e nacional de turismo, cultura e artesanato, consolidar roteiros turísticos, aumentar o fluxo de turistas e melhorar a qualidade de vida das pessoas nos municípios. O plano é aumentar em 20% o número de turistas e a permanência dos mesmos na região até julho de 2010”, conta.
O catálogo vai contemplar informações sobre o circuito como o histórico do projeto até chegar a circuito; referencial de localização do circuito; mapa rodoviário, breve perfil dos municípios integrantes, vocações turísticas; passeios; manifestações culturais; artesanato; gastronomia; roteiros; localização de produtos e serviços por municípios; calendário de eventos da região.
Sua distribuição será voltada para um público específico, como agências de turismo e viagens, entre outros. Mas pretende-se também disponibilizar o conteúdo em CD e guia de bolso, para distribuição em eventos de maior escala. Também pretende-se que ele seja disponibilizado via internet.
Hoje, no site do Instituto Soma já está disponibilizado a versão institucional do Catálogo do Circuito que foi lançada em 2008. “Dentro do circuito há muita história e cultura, nos diversos museus existentes, nos riquíssimos acervos, é possível também vivenciar a vida no campo, desfrutar de momentos de tranqüilidade e lazer em belas propriedades, conhecer manifestações culturais e tradições indígenas, além inúmeras possibilidades de entretenimento”, comenta.

Saiba mais
Site: www.institutosoma.org.br/turismo/



Turismo de Saúde também é forte
Segundo o secretário de desenvolvimento econômico, Antonio Mondelli Junior, o que mais movimenta o setor de turismo em Bauru hoje é o de negócios, saúde e eventos.”Podemos considerar que a maior parte seja regional e nacional, pois o fluxo de estudantes, pessoas que veem até o Centrinho e os próprios empresários que recebem até um numero relativamente grande de representantes internacionais”, diz.
Como pontos turísticos principais ele cita o Parque Vitória Régia, o Automóvel Clube, o Templo Tenri Kyo, a Estação Ferroviária da NOB, Igreja Presbiteriana, Igreja Santa Terezinha, o prédio da Prefeitura Municipal, o Teatro Municipal, entre outros.
As principais datas e eventos são o aniversário e Festa do Sanduíche Bauru, Grand Expo Bauru, Semana do Meio Ambiente, Semana da Educação, Semana da Ciência e Tecnologia, Virada Cultural, Semana Nacional dos Museus, entre outros.
“Com certeza o turismo movimenta vários setores da economia, existe o chamado efeito multiplicador, que beneficia desde o produtor rural ao proprietário do restaurante, que servira o que veio do campo”, comenta.
Circuito teve visitas
A cidade de Bauru recebeu, na quinta e sexta-feira, 24 e 25, representantes das 10 cidades que integram o projeto Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista. Os integrantes estão realizando visita técnica para escolher os pontos turísticos e estabelecimentos comerciais que farão parte do catálogo do Circuito.
Em Bauru, a comissão visitou o Zoológico Municipal, Jardim Botânico, Kartódromo Toca da Coruja, Alameda Quality Center, Adega Garrafeira, Museus Municipais Ferroviário e Histórico, Recanto Tibiriçá, Pesqueiro Pé no Chão e Empório Barres.
A avaliação teve início na semana passada e os técnicos já passaram por Agudos, Arealva, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba e Pederneiras. Na próxima semana será a vez das cidades de Duartina, Piratininga e Avaí.
De acordo com a diretora do departamento de Comércio e Turismo, da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Daniela Trujilho, cada representante recebe um questionário de avaliação, com questões como, a sinalização turística, identificação do local, fachada, recepção ao visitante, estrutura, higiene, acessibilidade, controle de visitação, produtos para venda, entre outros itens.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Luiz Marinho admite que PT vive mais ‘indefinição’

Reprodução

O prefeito de São Bernardo do Campo, ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e ex-ministro do Trabalho e da Previdência Social, Luiz Marinho (PT), comentou ontem no 18º Congresso Brasileiro de Economia os planos do PT para a campanha a governador em São Paulo em 2010.

Ao ser indagado se o partido não está demorando muito para definir o nome do partido que vai concorrer, Luiz respondeu que nenhum partido fez isso. “Nem o PSDB decidiu. O Alckmin disse que apenas que gostaria de ser candidato, até o Serra pode ainda decidir concorrer à reeleição”, diz.

O ex-governador e atual secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, apesar de ainda não ser o nome oficial do PSDB está liderando as pesquisas de intenção de voto com até 16 pontos de vantagem sobre os outros pré-candidatos, como Ciro Gomes (PSB) e Marta Suplicy (PT). Alckmin também tem aparecido muito nos meios de comunicação, inaugurando obras como da Fatec.

Luiz Marinho admitiu que “o PT tem mais indefinição” sobre seu futuro candidato. A respeito da discussão do PT apoiar o nome do deputado federal Ciro Gomes em São Paulo, ele foi mais pessimista. “O Ciro só concorre se for para ajudar a composição nacional de campanha, numa provável definição do palanque da ministra Dilma. Creio que essa questão será resolvida ainda este mês”, fala.

Outros nomes já apareceram timidamente noticiário nacional como possíveis candidatos do PT, como ex-ministro e atual deputado federal Antonio Palocci, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, e a ex-ministra Marta Suplicy, mas não têm dado declarações dizendo se aceitariam concorrer. “De fato, é a convenção nacional do partido que vai resolver. Mas todos os nomes do PT são fortes”, completa Luiz.



‘O Congresso está devendo’

Luiz Marinho criticou o Congresso Nacional a respeito da dificuldade em aprovar uma política de valorização do salário-mínimo. “Quando fui ministro do Trabalho, em 2006, enviei um projeto para criar uma política fixa de aumento do mínimo. Está tramitando até hoje sem votação. Os aumentos que o presidente Lula vem dando sempre são através de medidas provisórias”, conta.

O prefeito de São Bernardo do Campo defende que o aumento do salário-mínimo é a maior ferramenta de distribuição de renda do país. Para ele, a valorização do mínimo deveria ser feita até 2013, para acontecer de forma sustentada e sem causar a inflação.

O salário mínimo deve subir dos atuais R$ 465 para R$ 506,44 no próximo ano. Este é o valor previsto no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2010, apresentado pelo governo federal. No próximo ano, o reajuste será antecipado de 1º de fevereiro para 1º de janeiro.

O reajuste do mínimo considera a inflação de 2009 e o crescimento da economia registrado em 2008. Os dois dados ainda vão sofrer alterações e revisões até o fim do ano, o que deve alterar o valor final.





‘Crise já passou, pelo papel do Estado’

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, disse ontem no 18º Congresso Brasileiro de Economia que considera que “a crise já passou no Brasil”. Ele atribui isso ao governo Lula em grande parte de sua fala no Congresso em São Paulo.

Para Luiz, a repercussão da atual crise financeira mundial foi menor no Brasil do que outras crises menores do passado, apesar de considerar esta atual como a pior desde a Grande Depressão de 1929.

O petista atribuiu isso a uma “reestruturação do Estado gestada no governo Lula”. “Empresas estatais como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e a Petrobrás foram fortalecidas, sendo que antes até se pretendia vendê-las. O Brasil também diversificou muito suas relações comerciais, aumentando as exportações para a Ásia, África e o mercado comum do sul. Além disso, a política de valorização do salário-mínimo da qual participei enquanto ministro fortaleceu muito o mercado interno”, fala.



Para prefeito, Supremo errou na questão dos jornalistas

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal que derrubou a exigência de diploma para os jornalistas foi criticada pelo prefeito Luiz Marinho. “Decisão do Supremo tem-se que cumprir, mas nesse assunto ele errou. Uma coisa, por exemplo, é ser colunista de medicina, jornalista é muito diferente”, defendeu.

Para ele isso pode criar um precedente perigoso, com desregulamentação de outras profissões importantes. Ele também lembrou que os cursos de jornalismo podem agora ficar enfraquecidos depois da decisão do Supremo.

É livre mesmo?

Luiz Marinho também comentou sobre o atual estágio da liberdade de imprensa no Brasil. Para o prefeito a sociedade precisa discutir se a imprensa é livre mesmo. “Para mim, ainda depende de acordo com o humor dos proprietários”, comentou.

Ele apontou que profissionais como economistas, além de centrais sindicais e movimentos sociais, deveriam ter mais espaço nos meios de comunicação. “Nunca consegui ter um artigo publicado no jornal Estado de S. Paulo enquanto sindicalista e ministro”, conta.

Sobre os meios de comunicação da região do ABCD, na opinião de Luiz Marinho, ainda vivem muito na sombra dos veículos da Capital. “Temos rádios autorizadas para o ABCD que infelizmente funcionam na Capital devido a interesses comerciais”, fala.

Ele defende a criação de um conselho de jornalistas profissionais, “não para limitar ninguém, mas para os próprios jornalistas debaterem e exercerem a autoregulação de sua profissão”.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Presidente do Ipea defende tributação profunda sobre a riqueza

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O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República), Márcio Pochmann defendeu no 18º Congresso Brasileiro de Economia uma tributação profunda sobre a riqueza. “Principalmente o trabalho imaterial, configurado mais pelo sistema financeiro, deveria pagar mais. Hoje apenas 1/10 de seu deslocamento de valores é tributado”, afirma.

Ele explica que nosso sistema tributário é agressivo demais e está longe do que melhor foi criado no século 20. Países desenvolvidos, por exemplo, taxam mais as propriedades e heranças. No Brasil o que é mais penalizado é o consumo.

A maior tributação do sistema financeiro, para Márcio, seria fácil em termos técnicos, já que normalmente as operações de valores são registradas em computadores, mas ele reconhece a dificuldade política. “Mas precisamos ter coragem. O Brasil pela primeira vez tem condições próprias para mudar. Vivemos 24 anos de democracia. Não há nada que impeça a transformação, a não ser o medo”, disse.

O dinheiro que viria da tributação da riqueza para Márcio Pochmann deveria ser usado para a criação de um fundo público de desenvolvimento do país. “Pela tecnologia e ciência hoje a questão não é mais como produzir, mas sim como redistribuir”, finaliza.



‘Professor é o grande problema’
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O economista Cláudio de Moura Castro debateu no 18º Congresso Brasileiro de Economia o uso da economia para trazer o desenvolvimento econômico. Ele foi diretor geral da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), criador do PET (Programa Especial de Treinamento) e ex-Chefe da Divisão de Programas Sociais do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Ele considera que a educação brasileira já resolveu quase todos seus problemas logísticos, como número de escolas, merenda e acesso a livros, e que o grande problema está na qualidade dos professores. “As faculdades recrutam mal e a remuneração deixa a desejar”, disse.

Cláudio lembrou que no Brasil se comenta muito hoje o modelo coreano de educação, que trouxe uma revolução tecnológica para aquele país. “Mas não concordo que a Coréia do Sul seria nossa melhor opção. Eles tem 3 mil anos de história e tem hábitos de muita disciplina. Lá trabalhar 12 horas por dia é normal. Aqui só daria certo com transplantes de cérebro”, brinca.

Para o economista o modelo que talvez melhor se adaptasse no Brasil fosse o dos EUA, já que mesmo sendo um país rico tem também uma parte da população em situação de pobreza. “O que é admirável nos EUA é que eles investem massivamente em educação, é o primeiro país no mundo. Isso é claro que dá bons resultados no futuro”, fala.

É uma mudança de paradigma que ele explica como uma conduta de vida que poderia ser adotada por todos os brasileiros. “Isso se resume em deixar de gastar o tempo com atividades de recompensa imediata e, ao contrário, nos esforçarmos mais com os gastos para o futuro. Isso é simples, se eu deixo de tomar uma cerveja e prefiro ler um livro é claro que repetindo isso daqui uns anos minha vida vai ser melhor”, comenta.