terça-feira, 29 de setembro de 2009

Luiz Marinho admite que PT vive mais ‘indefinição’

Reprodução

O prefeito de São Bernardo do Campo, ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e ex-ministro do Trabalho e da Previdência Social, Luiz Marinho (PT), comentou ontem no 18º Congresso Brasileiro de Economia os planos do PT para a campanha a governador em São Paulo em 2010.

Ao ser indagado se o partido não está demorando muito para definir o nome do partido que vai concorrer, Luiz respondeu que nenhum partido fez isso. “Nem o PSDB decidiu. O Alckmin disse que apenas que gostaria de ser candidato, até o Serra pode ainda decidir concorrer à reeleição”, diz.

O ex-governador e atual secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, apesar de ainda não ser o nome oficial do PSDB está liderando as pesquisas de intenção de voto com até 16 pontos de vantagem sobre os outros pré-candidatos, como Ciro Gomes (PSB) e Marta Suplicy (PT). Alckmin também tem aparecido muito nos meios de comunicação, inaugurando obras como da Fatec.

Luiz Marinho admitiu que “o PT tem mais indefinição” sobre seu futuro candidato. A respeito da discussão do PT apoiar o nome do deputado federal Ciro Gomes em São Paulo, ele foi mais pessimista. “O Ciro só concorre se for para ajudar a composição nacional de campanha, numa provável definição do palanque da ministra Dilma. Creio que essa questão será resolvida ainda este mês”, fala.

Outros nomes já apareceram timidamente noticiário nacional como possíveis candidatos do PT, como ex-ministro e atual deputado federal Antonio Palocci, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, e a ex-ministra Marta Suplicy, mas não têm dado declarações dizendo se aceitariam concorrer. “De fato, é a convenção nacional do partido que vai resolver. Mas todos os nomes do PT são fortes”, completa Luiz.



‘O Congresso está devendo’

Luiz Marinho criticou o Congresso Nacional a respeito da dificuldade em aprovar uma política de valorização do salário-mínimo. “Quando fui ministro do Trabalho, em 2006, enviei um projeto para criar uma política fixa de aumento do mínimo. Está tramitando até hoje sem votação. Os aumentos que o presidente Lula vem dando sempre são através de medidas provisórias”, conta.

O prefeito de São Bernardo do Campo defende que o aumento do salário-mínimo é a maior ferramenta de distribuição de renda do país. Para ele, a valorização do mínimo deveria ser feita até 2013, para acontecer de forma sustentada e sem causar a inflação.

O salário mínimo deve subir dos atuais R$ 465 para R$ 506,44 no próximo ano. Este é o valor previsto no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2010, apresentado pelo governo federal. No próximo ano, o reajuste será antecipado de 1º de fevereiro para 1º de janeiro.

O reajuste do mínimo considera a inflação de 2009 e o crescimento da economia registrado em 2008. Os dois dados ainda vão sofrer alterações e revisões até o fim do ano, o que deve alterar o valor final.





‘Crise já passou, pelo papel do Estado’

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, disse ontem no 18º Congresso Brasileiro de Economia que considera que “a crise já passou no Brasil”. Ele atribui isso ao governo Lula em grande parte de sua fala no Congresso em São Paulo.

Para Luiz, a repercussão da atual crise financeira mundial foi menor no Brasil do que outras crises menores do passado, apesar de considerar esta atual como a pior desde a Grande Depressão de 1929.

O petista atribuiu isso a uma “reestruturação do Estado gestada no governo Lula”. “Empresas estatais como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e a Petrobrás foram fortalecidas, sendo que antes até se pretendia vendê-las. O Brasil também diversificou muito suas relações comerciais, aumentando as exportações para a Ásia, África e o mercado comum do sul. Além disso, a política de valorização do salário-mínimo da qual participei enquanto ministro fortaleceu muito o mercado interno”, fala.



Para prefeito, Supremo errou na questão dos jornalistas

A recente decisão do Supremo Tribunal Federal que derrubou a exigência de diploma para os jornalistas foi criticada pelo prefeito Luiz Marinho. “Decisão do Supremo tem-se que cumprir, mas nesse assunto ele errou. Uma coisa, por exemplo, é ser colunista de medicina, jornalista é muito diferente”, defendeu.

Para ele isso pode criar um precedente perigoso, com desregulamentação de outras profissões importantes. Ele também lembrou que os cursos de jornalismo podem agora ficar enfraquecidos depois da decisão do Supremo.

É livre mesmo?

Luiz Marinho também comentou sobre o atual estágio da liberdade de imprensa no Brasil. Para o prefeito a sociedade precisa discutir se a imprensa é livre mesmo. “Para mim, ainda depende de acordo com o humor dos proprietários”, comentou.

Ele apontou que profissionais como economistas, além de centrais sindicais e movimentos sociais, deveriam ter mais espaço nos meios de comunicação. “Nunca consegui ter um artigo publicado no jornal Estado de S. Paulo enquanto sindicalista e ministro”, conta.

Sobre os meios de comunicação da região do ABCD, na opinião de Luiz Marinho, ainda vivem muito na sombra dos veículos da Capital. “Temos rádios autorizadas para o ABCD que infelizmente funcionam na Capital devido a interesses comerciais”, fala.

Ele defende a criação de um conselho de jornalistas profissionais, “não para limitar ninguém, mas para os próprios jornalistas debaterem e exercerem a autoregulação de sua profissão”.

Um comentário:

Natélia Silva Fernandes disse...

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