terça-feira, 22 de setembro de 2009

Novo censo do IBGE terá ‘retratos interativos’

Divulgação

O presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o economista Eduardo Pereira Nunes, apresentou no 18º Congresso Brasileiro de Economia detalhes de como será o Censo 2010, que começará no dia 1º de agosto, aniversário de Bauru, em todos os 5.565 municípios do Brasil.

A principal inovação que ele destaca será a possibilidade de traçar ‘retratos interativos’, isto é, o novo censo vai disponibilizar uma ferramenta de planejamento territorial gratuita para todos os brasileiros. “Todos os 190 mil recenseadores terão computadores portáteis para recolher os dados, que serão cruzados com imagens de satélite e fotos áreas para traçar mapas completos das cidades”, conta.

As aplicações serão inúmeras. Por exemplo, um empresário interessado em abrir uma empresa em uma determinada área vai poder saber com antecedência se a região escolhida tem o público-alvo desejado com dados como idade, renda e escolaridade. Da mesma forma as prefeituras, por exemplo, poderão saber as regiões das cidades com menor acesso a internet para a instalação de telecentros ou ainda conhecer com a antecedência o perfil da região com dados como a densidade demográfica para decidir ou não por determinada obra.

Todos os dados e mapas demográficos serão públicos e disponibilizados no site do IBGE. Eduardo esclarece que não haverá identificação dos cidadãos nas informações deixadas livres na internet.



Saiba mais

http://www.ibge.gov.br/censo2010/



FPM é criticado

O censo do IBGE é importante para o planejamento de políticas públicas que interferem na vida de todos os brasileiros. Outra função importante é que os números do IBGE definem a divisão do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

Sobre essa divisão de verbas, o presidente do IBGE defende uma mudança nas regras. Ele explica que hoje municípios com até 10.188 habitantes recebem a cota básica do FPM, uma pessoa a mais adicionada e essa cota é aumentada em R$ 1 milhão. “Temos várias reclamações de prefeitos que questionam o número de habitantes de seus municípios. A contagem do IBGE é feita de forma técnica, o que está errado e precisa mudar é a fórmula do FPM”, diz.

Nesse sistema Borá, menor cidade do país com 804 moradores, recebe o mesmo de verba do FPM que uma cidade com até 10.188 habitantes.





Concurso tem inscrições na segunda-feira

O censo completo do IBGE é feito de dez em dez anos. Eduardo Pereira Nunes explica que um batalhão de 230 mil pessoas fará parte do trabalho, previsto para começar dia 1º de agosto e terminar 31 de outubro.

Dentro dos 230 mil contratados, 190 mil serão só recenseadores. Na segunda-feira, dia 21, começam as inscrições para mais uma etapa de contratações para o censo. Serão 33.012 vagas, distribuídas da seguinte forma, 6.722 vagas para a função de Agente Censitário Municipal, 23.900 vagas para a função de Agente Censitário Supervisor, 1.432 vagas para a função de Agente Censitário de Informática, 558 vagas para a função de Agente Censitário Administrativo e 400 vagas para função de Agente Censitário Regional. Os salários variam de R$ 1,6 mil a R$ 900.

Só com os gastos com pessoal o IBGE irá pagar R$ 688 milhões. O instituto estima que em todo o país sejam visitadas 58.815.789 domicílios. O total investido será de R$ 1,4 bilhão.



Edital

www.cesgranrio.org.br/eventos/concursos/concursos.html



Conteúdo também terá inovações

Além de ser pela primeira vez totalmente informatizado, o Censo 2010 terá novos conteúdos nas questões feitas.

O censo demográfico questionará os entrevistados sobre a língua que falam, a participação em programas de transferência de renda e abrirá espaço para registro de casais do mesmo sexo.

A indagação sobre a língua falada pelo entrevistado surge em razão da multiplicidade registrada por pesquisadores. “Estudiosos acreditam que cerca de 210 línguas são faladas no Brasil, sendo 80 delas indígenas. O censo é uma oportunidade de mapeá-las e conhecê-las melhor”, diz o presidente Eduardo Pereira Nunes.

Também serão pesquisados o material empregado na construção das casas, as condições sanitárias de seu entorno, se há posse documentos pessoais, o tempo de deslocamento das pessoas nas cidades e se houve algum tipo de migração interna ou internacional dos moradores das casas.

As questões tradicionais como idade, renda, grau de parentesco, religião e escolaridade continuarão.



Instituto prevê algumas dificuldades

O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, afirma que existe uma lei que impõe a obrigatoriedade de participação no censo, mas que o trabalho será feito de forma racional. “Temos dificuldade em qualquer classe. Alguns condomínios de luxo, por exemplo, se negam a receber nossos pesquisadores. Só conseguimos entrar depois de várias reuniões”, conta.

Outra novidade no Censo 2010, desta vez para tentar vencer esses tipos de barreiras, será a possibilidade das respostas dos cidadãos serem enviadas pela internet. Eduardo afirma que pessoas que vivem em regiões de insegurança têm muita dificuldade de atender o IBGE.

O censo pode ser respondido por apenas uma pessoa que resida na casa. Assim como em 2000, o censo terá dois tipos de questionários. O chamado básico, que será aplicado na maior parte dos lares, terá 16 perguntas e seu tempo médio de aplicação é de 25 minutos a 30 minutos.

O questionário chamado de "amostra" deve ser aplicado em cerca de 7 milhões de domicílios, contendo 81 perguntas, com tempo estimado de uma hora para as respostas. A escolha de qual tipo de questionário deve ser aplicado ao entrevistado é aleatória.

Todos os agentes usarão colete e boné com a inscrição "IBGE" e crachá de identificação. Caso o entrevistado queira confirmar se realmente se trata de um pesquisador, o colete também trará o número de um telefone gratuito para confirmar a identificação do agente.





Computadores serão doados após o censo

Os recenseadores e a equipe do IBGE responsável pelo Censo 2010 receberão 70 mil PDAs (computador de mão) e 150 mil netbooks (computador portátil pequeno). O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, afirma que após a utilização no censo os netbooks serão doados para o Ministério da Educação. “A intenção é que os professores da rede pública possam usar esses computadores”, conta.

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