As MPEs (micro e pequenas empresas) paulistas terão mais recursos a partir do ano que vem para a inovação e tecnologia. Ontem, em São Paulo, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) lançou uma ampliação do programa Sebraetec, de apoio a inovação.
Para o período de 2011 a 2013, serão destinados R$ 787 milhões para o Brasil todo. Segundo o gerente da unidade de acesso a inovação e tecnologia do Sebrae, Edson Sermann, o estado de São Paulo receberá nada menos que cerca de 30% do valor (R$ 236,1 milhões).
Neste ano, o Sebraetec prevê investir R$ 28 milhões no Brasil. Ano que vem, na nova fase, o primeiro ano terá R$ 85 milhões para subvenções.
O dinheiro será aplicado em projetos de MPEs que venham ampliar seus negócios, promovendo a competitividade e o desenvolvimento sustentável desses empreendimentos.
A liberação de recursos começará a partir de janeiro, por meio de duas formas: para projetos mais simples (até R$ 30 mil), o empresário precisará procurar o Sebrae e mostrar suas necessidades; e para intenções mais elaboradas (até R$ 600 mil), será necessário apresentar projetos em editais que serão abertos pelo Sebrae nos estados. O Sebrae afirma que vai subsidiar até 50% dos projetos.
Edson Sermann defende a inovação como uma prioridade nas empresas, tenham elas qualquer porte. “Precisamos desmitificar a inovação no Brasil. Uma empresa pode inovar em qualquer área, como tecnologia, marketing, processos, sempre com grandes retornos”, disse.
As MPEs também se apresentam no Brasil como altamente estratégicas. Segundo o Ministério do Trabalho, 56% da mão de obra com carteira assinada do país está nas MPEs. Do total de 28 milhões de empregos urbanos (42% da população economicamente ativa) gerados pela iniciativa privada, 16 milhões são gerados por micro e pequenas empresas.
Num cenário de alta competição com produtos importados, Edson defende que a inovação é também um meio de sobrevivência. “Nós entendemos as MPEs precisam de inovação para ficarem no mercado. Os pequenos negócios nacionais estão sendo afetados com a vinda de vários produtos importados”, aponta.
Um grupo de empresários brasileiros criou ano passado o MEI (Movimento Empresarial pela Inovação) para pressionar o próximo governo a dar mais espaço para a inovação. A queixa é que a Lei de Inovação, sancionada em 2004, e Lei do Bem, de 2007, não foram suficientes para estabelecer um marco regulatório para incentivar a inovação.
Após as eleições de outubro, o MEI vai apresentar ao próximo presidente eleito um diagnóstico da inovação no Brasil e cobrar providências.
Há reclamações como a falta de políticas de inovação setoriais e poucos recursos para plataformas de inovação para processos de longo prazo.
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