sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Skaf muda discurso e quer menos spread bancário
Em visita ontem na região, o presidente do Ciesp/Fiesp (Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, deixou um pouco de lado a velha queixa do empresariado - o índice exagerado da taxa básica de juros - e resolveu criticar violentamente o spread bancário, isto é, a diferença entre os juros que os bancos pagam para pegar dinheiro e as taxas que cobram do consumidor.
Para Skaf há espaço para o Banco Central reduzir mais a Selic, hoje em 8,75%, porque com uma inflação de 4,3% o juro real atinge também mais de 4%, enquanto o de países em desenvolvimento é próximo de zero. “Mas muito mais grave que isso hoje são os spreads bancários. Cobram perto de 30%, é um absurdo”, afirma.
Quanto maior o spread bancário, maior é o lucro. O spread do Brasil é o maior do mundo e 11 vezes o dos países desenvolvidos. Hoje é de cerca de 27,4%, segundo a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Compulsório é polêmica
A queixa sobre o spread bancário é grande porque torna mais caros os empréstimos das instituições financeiras.
Em entrevista em agosto o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, se defendeu sobre o alto valor dos spreads alegando que ele é formado por três fatores - o nível de inadimplência, tributos e principalmente os depósitos compulsórios, isto é, a obrigação dos bancos comerciais e outras instituições financeiras a depositarem, junto ao Banco Central, parte de suas captações em depósitos à vista ou outros títulos contábeis. Trabuco afirma que no Brasil o compulsório ultrapassa 40% enquanto em países como a Inglaterra é de 5%.
Questionado sobre isso Paulo Skaf disse ontem que os compulsórios são motivo para spread tão altos. “Mesmo sem compulsório o spread continuaria alto. É um mal que precisa ser combatido urgentemente”, fala.
‘Retomada é consistente’
A indústria da região de Bauru foi a 2 que mais contratou em setembro atingindo alta de 1,81% com a contratação de 450 trabalhadores.
Na média estadual, o índice subiu 0,2% com ajuste sazonal, após voltar ao “nível zero” no mês anterior, e deixou para trás uma série de doze baixas seguidas.
Para Paulo Skaf isso é mostra de uma “retomada consistente” da indústria paulista depois da crise financeira mundial. “O pior ficou para trás. Os únicos setores que ainda não se recuperaram são os exportadores porque os clientes lá estão comprando menos e o real está sobrevalorizado. Os demais são 80% da produção brasileira e estão já se recuperando. A expectativa é que o Brasil cresça de 5% a 6% em 2010”, comenta.
Diminuição de jornada é criticada
No Congresso se discute atualmente a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 231/1995 que propõe que os brasileiros deixem de trabalhar 44 horas semanais e dediquem-se 40 horas à atividade produtiva.
O presidente do Ciesp/Fiesp é contra. “Em outros países em que isso ocorreu não houve geração de empregos. Além do mais, um projeto como esse só deveria ser discutido depois das eleições”, afirma.
Cobrança de IOF na Bolsa é apoiada
A cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nos investimentos estrangeiros em renda fixa e na bolsa de valores, em vigor desde a terça-feira, tem sido criticada por especialistas, que questionam sua real eficácia sobre o câmbio.
A taxação de 2% sobre o ingresso desses capitais foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O presidente do Ciesp/Fiesp, Paulo Skaf, defendeu totalmente a taxação do IOF. “O dólar no Brasil está barato, isso artificialmente encare as exportações. Alguma precisava ser feita para mudar isso. Os investimentos produtivos que geram emprego e renda vão continuar entrando na Bolsa brasileira. O que vai ficar mais desestimulado é o investidor de curto prazo, o especulador”, comenta.
Ele, porém, diz acreditar que a taxação do IOF vai apenas diminuir um pouco o problema, isto é, o grande fluxo de dinheiro externo que entra no Brasil ainda vai forçar o real a continuar alto. “O ideal seria a criação de medidas compensatórias. Por exemplo, os exportadores que tem créditos fiscais deveriam receber dos governos mais apoio”, diz.
O principal argumento é de que a alíquota de 2%, além de não ser suficiente para segurar a valorização do real, poderá prejudicar o acesso das empresas ao financiamento externo.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Toyota mira mercado brasileiro de compactos; Sorocaba terá nova fábrica
Em visita a Bauru nesta quarta-feira, o vice-presidente senior da Toyota Mercosul, Luiz Carlos Andrade Junior, falou dos planos da montadora japonesa para o Brasil nos próximos anos.
A empresa tem hoje apenas 3% do mercado nacional, mas quer subir muito esse percentual ao entrar no segmento dos carros compactos, com preços entre R$ 25 mil e R$ 55 mil. “A fábrica que será instalada em Sorocaba vai construir esse novo veículo. Ela foi concebida para isso. A previsão é começar a produzir a partir de 2011”, conta.
O carro compacto da Toyota que será comercializado no Brasil e também na Índia ainda não tem nem nome. “Para concorrer no Brasil está sendo desenvolvido um novo veículo no Japão por nossos engenheiros”, explica.
Hoje a Toyota atua no Brasil principalmente com o Corolla, feito em Indaiatuba. Outro veículo muito vendido no país é o Hilux SW4 feito na Argentina. Em janeiro, a Toyota desbancou a GM e se tornou a maior montadora do mundo com 8,35 milhões de unidades comercializadas em 2008.
Concessionária abrange a região
São Paulo é o principal mercado do Brasil para a Toyota. No ano passado foram comercializados no Estado 29.052 unidades dos modelos Corolla, Fielder, SW4 e Hilux.
Em Bauru, a marca vendeu nos nove meses deste ano 256 unidades, com destaque para a participação de mercado do Corolla, de 29%, dois pontos acima da média nacional.
Os executivos estiveram na quarta-feira em Bauru para a inauguração da concessionária Mori Motor’s.
Humberto Carlos Chaim, diretor da concessionária, conta que o principal nome vendido, o Corolla, pode ser encontrado a partir de R$ 56 mil. “Pretendemos atingir um raio de 100 km. Investimos em Bauru porque acreditamos no progresso e no potencial da cidade e região”, conta.
Estimativas de mercado afirmam que o investimento em Sorocaba será de US$ 1 bilhão e produção de cerca de 150 mil veículos por ano.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
HSBC inaugura 3a. ‘agência global’ do Brasil em Bauru
O banco HSBC, maior organização de serviços financeiros e bancários do mundo, inaugurou ontem em Bauru a terceira agência do país com atenção exclusiva ao cliente, a chamada GRS (Global Retail Store). As outras estão em São Paulo e Presidente Prudente.
No mesmo prédio da quadra 5 da rua Ezequiel Ramos, funciona também o HSBC Premier Centre de Bauru, a primeira agência do banco em Bauru exclusiva para clientes de alta renda.
O diretor da rede de agências do HSBC no Brasil, Odair Dutra, afirma que nos últimos três anos foi decidido investir com força nesse nicho. “No Brasil hoje são 81 Premier Centres e até o final do ano vamos chegar a 98 agências. Só em Bauru o investimento foi de cerca de R$ 1,5 milhão”, conta.
O modelo GRS estabelece um novo design da agência, reforça o conceito que coloca o cliente no centro de tudo, dispensando os convencionais caixas, substituindo-os por atendimento pessoal em mesas redondas.
Interior terá mais investimentos
No Interior, agências HSBC Premier Centre já existem em Bauru, Campinas, Ribeirão Preto, Rio Preto, Marília, Presidente Prudente, Araçatuba e Piracicaba. Estão previstas mais unidades no Interior em Campinas, São José dos Campos, Itu e Sorocaba.
O investimento em cada uma é de aproximadamente R$ 1 milhão. A previsão de inauguração é até o 1º semestre de 2010. No Interior já foram investidos R$ 7,8 milhões. A agência de Bauru possui 507 clientes Premier. Odair Dutra explica que o cliente do HSBC Premier Centre tem o mesmo atendimento em 79 países. “Em Hong Kong um cliente de Bauru tem o mesmo atendimento na agência e por telefone.”
O modelo também oferece apoio aos clientes em dificuldades no exterior. Por exemplo, se ele perde seus documentos e cartão de crédito, o HSBC fornece um novo e empresta mil dólares ao cliente.
Economista vê cenário positivo
André Loes, economista-chefe do HSBC em São Paulo, calcula crescimento de 5,3% do PIB em 2010, após alta de 0,4% em 2009. Motivos: aceleração no consumo e elevação muito forte nos investimentos.
Para Odair Dutra, uma crise econômica só avisa quando chega, mas não quando vai embora. “Os índices econômicos brasileiros estão mostrando tendência de retomada sólida. Por isso o HSBC escolheu o Brasil como uma das prioridades para investimento.” Odair também afirma que o HSBC pretende investir mais em crédito imobiliário. “No Brasil, o déficit habitacional de cerca de 9 milhões de residências”, diz.
Ativos no mundo chegam a US$ 2,5 bi
A HSBC Holdings plc é sediado em Londres, Inglaterra. Foi fundado em 3 de março de 1865. Seus ativos no mundo chegam a cerca de US$ 2,527 bilhões. Seu Lucro (antes dos impostos) atingiu US$ 9,3 bilhões no segundo semestre de 2008. São mais de 100 milhões de clientes.
No mesmo prédio da quadra 5 da rua Ezequiel Ramos, funciona também o HSBC Premier Centre de Bauru, a primeira agência do banco em Bauru exclusiva para clientes de alta renda.
O diretor da rede de agências do HSBC no Brasil, Odair Dutra, afirma que nos últimos três anos foi decidido investir com força nesse nicho. “No Brasil hoje são 81 Premier Centres e até o final do ano vamos chegar a 98 agências. Só em Bauru o investimento foi de cerca de R$ 1,5 milhão”, conta.
O modelo GRS estabelece um novo design da agência, reforça o conceito que coloca o cliente no centro de tudo, dispensando os convencionais caixas, substituindo-os por atendimento pessoal em mesas redondas.
Interior terá mais investimentos
No Interior, agências HSBC Premier Centre já existem em Bauru, Campinas, Ribeirão Preto, Rio Preto, Marília, Presidente Prudente, Araçatuba e Piracicaba. Estão previstas mais unidades no Interior em Campinas, São José dos Campos, Itu e Sorocaba.
O investimento em cada uma é de aproximadamente R$ 1 milhão. A previsão de inauguração é até o 1º semestre de 2010. No Interior já foram investidos R$ 7,8 milhões. A agência de Bauru possui 507 clientes Premier. Odair Dutra explica que o cliente do HSBC Premier Centre tem o mesmo atendimento em 79 países. “Em Hong Kong um cliente de Bauru tem o mesmo atendimento na agência e por telefone.”
O modelo também oferece apoio aos clientes em dificuldades no exterior. Por exemplo, se ele perde seus documentos e cartão de crédito, o HSBC fornece um novo e empresta mil dólares ao cliente.
Economista vê cenário positivo
André Loes, economista-chefe do HSBC em São Paulo, calcula crescimento de 5,3% do PIB em 2010, após alta de 0,4% em 2009. Motivos: aceleração no consumo e elevação muito forte nos investimentos.
Para Odair Dutra, uma crise econômica só avisa quando chega, mas não quando vai embora. “Os índices econômicos brasileiros estão mostrando tendência de retomada sólida. Por isso o HSBC escolheu o Brasil como uma das prioridades para investimento.” Odair também afirma que o HSBC pretende investir mais em crédito imobiliário. “No Brasil, o déficit habitacional de cerca de 9 milhões de residências”, diz.
Ativos no mundo chegam a US$ 2,5 bi
A HSBC Holdings plc é sediado em Londres, Inglaterra. Foi fundado em 3 de março de 1865. Seus ativos no mundo chegam a cerca de US$ 2,527 bilhões. Seu Lucro (antes dos impostos) atingiu US$ 9,3 bilhões no segundo semestre de 2008. São mais de 100 milhões de clientes.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Insetos vão desvendar crimes em Bauru
A cena de um crime contém muitos elementos que podem ajudar a contar a história de uma ocorrência e muitas vezes mostrar seus reais culpados. Até um inseto pode ajudar a elucidar um crime.
É isso que pela primeira vez na história a Polícia Civil do Estado de São Paulo vai usar. A chamada entomologia forense está começando a ser ensinada aos policiais paulistas e no Interior a região de Bauru é a primeira a ser treinada.
A entomologia forense é uma ciência aplicada que tenta determinar a data da morte, e quando for possível, a causas de morte de seres humanos através dos insetos que colonizam o cadáver. Vinte policiais da área do Deinter-4 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior-4), cuja sede fica em Bauru, estão sendo treinados em entomologia forense até o sábado, dia 10.
O delegado Licurgo Nunes Costa, diretor do Deinter-4, explica que estão sendo treinados policias diretamente ligados a investigação de homicídios. “Eles se tornarão multiplicadores dessa nova técnica. Nosso serviço de inteligência vai ser aprimorado numa área de quase 2 milhões de habitantes”, diz.
Nova postura
Segundo o delegado Licurgo, a polícia civil da região vai passar a observar com mais cuidado a cena de um crime. Detalhes que antes eram ignorados, como a presença de insetos e larvas, agora serão bem observados.
No curso que estão fazendo os policiais vão aprender a recolher os insetos e larvas, que serão enviados para análise em centros de estudos de entomologia da Unicamp (Universidade de Campinas) e da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) de Rio Claro.
Na próxima semana, mais uma turma de 20 policiais civis vai fazer o curso de entomologia forense, dessa vez para policiais que atuam na repressão do tráfico de drogas.
‘São provas mais valiosas‘
O coordenador do curso de entomologia forense, o perito criminal Edilson Nakaza, afirma que as informações coletadas com os insetos têm valor de prova numa investigação criminal. “São provas na maioria das vezes mais valiosas do que depoimentos, já que são evidências científicas”, conta.
Hoje os policiais civis de Bauru e região vão ter aulas com a maior autoridade em entomologia do país, a bióloga da Unicamp, Patricia Jacqueline Thyssen, e no sábado vão ter aulas práticas de coleta e análise de insetos e larvas em uma chácara da Polícia Civil.
Esse trabalho é um convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) através da Academia de Polícia do Estado.
Segundo o delegado coordenador do núcleo de ensino do Deinter-4, Luís Henrique Casarini, no total para reforçar o serviço de inteligência da Polícia Civil estão previstos 13 cursos, como o de entomologia forense, DNA forense, identificação veicular, preservação de local, medicina legal, entre outros.
Aplicações são amplas
As aplicações da entomologia forense também são muito variadas. Além de determinar o período de tempo entre a morte e o descobrimento do cadáver com a análise de larvas e insetos, a técnica também pode ajudar no combate ao tráfico de drogas.
A maconha, por exemplo, contém vários fragmentos de insetos e de solo. Com a sua identificação é possível descobrir a origem da droga, já que determinados insetos só existem algumas áreas, como na Bolívia ou Nordeste.
Em crimes ambientais, o conteúdo do estômago dos insetos mortos também pode ser estudado para descobrir os agrotóxicos ou susbstâncias químicas presentes na região.
Em mortes dificéis encontrar a causa, Edilson Nakaza também explica que os insetos podem auxiliar. “Moscas próximas do cadáver podem, por exemplo, ser recolhidas para procurar vestígios de cocaína e pólvora”, explica.
As moscas são, muitas vezes, as primeiras a chegar ao local de homicídio. Elas preferem um cadáver úmido para as larvas se alimentarem. Já os besouros são geralmente encontrados nos cadáveres quando estes se encontram mais decompostos.
Capitão foi salvo da prisão por larvas
O perito Edilson Nakaza lembra um caso célebre na Hungria que salvou um capitão da Marinha da prisão.
Nos anos 90, ele foi incriminado por supostamente ter matado um passageiro de seu barco. O militar chegou a ser condenado a prisão perpétua.
Depois de oito anos de cadeia, o caso foi reaberto e foram analisados os vestígios do crime, entre eles as larvas que estavam no cadáver. Com isso foi provado que o morto foi assassinado um dia antes do capitão estar no barco.
É isso que pela primeira vez na história a Polícia Civil do Estado de São Paulo vai usar. A chamada entomologia forense está começando a ser ensinada aos policiais paulistas e no Interior a região de Bauru é a primeira a ser treinada.
A entomologia forense é uma ciência aplicada que tenta determinar a data da morte, e quando for possível, a causas de morte de seres humanos através dos insetos que colonizam o cadáver. Vinte policiais da área do Deinter-4 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior-4), cuja sede fica em Bauru, estão sendo treinados em entomologia forense até o sábado, dia 10.
O delegado Licurgo Nunes Costa, diretor do Deinter-4, explica que estão sendo treinados policias diretamente ligados a investigação de homicídios. “Eles se tornarão multiplicadores dessa nova técnica. Nosso serviço de inteligência vai ser aprimorado numa área de quase 2 milhões de habitantes”, diz.
Nova postura
Segundo o delegado Licurgo, a polícia civil da região vai passar a observar com mais cuidado a cena de um crime. Detalhes que antes eram ignorados, como a presença de insetos e larvas, agora serão bem observados.
No curso que estão fazendo os policiais vão aprender a recolher os insetos e larvas, que serão enviados para análise em centros de estudos de entomologia da Unicamp (Universidade de Campinas) e da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) de Rio Claro.
Na próxima semana, mais uma turma de 20 policiais civis vai fazer o curso de entomologia forense, dessa vez para policiais que atuam na repressão do tráfico de drogas.
‘São provas mais valiosas‘
O coordenador do curso de entomologia forense, o perito criminal Edilson Nakaza, afirma que as informações coletadas com os insetos têm valor de prova numa investigação criminal. “São provas na maioria das vezes mais valiosas do que depoimentos, já que são evidências científicas”, conta.
Hoje os policiais civis de Bauru e região vão ter aulas com a maior autoridade em entomologia do país, a bióloga da Unicamp, Patricia Jacqueline Thyssen, e no sábado vão ter aulas práticas de coleta e análise de insetos e larvas em uma chácara da Polícia Civil.
Esse trabalho é um convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) através da Academia de Polícia do Estado.
Segundo o delegado coordenador do núcleo de ensino do Deinter-4, Luís Henrique Casarini, no total para reforçar o serviço de inteligência da Polícia Civil estão previstos 13 cursos, como o de entomologia forense, DNA forense, identificação veicular, preservação de local, medicina legal, entre outros.
Aplicações são amplas
As aplicações da entomologia forense também são muito variadas. Além de determinar o período de tempo entre a morte e o descobrimento do cadáver com a análise de larvas e insetos, a técnica também pode ajudar no combate ao tráfico de drogas.
A maconha, por exemplo, contém vários fragmentos de insetos e de solo. Com a sua identificação é possível descobrir a origem da droga, já que determinados insetos só existem algumas áreas, como na Bolívia ou Nordeste.
Em crimes ambientais, o conteúdo do estômago dos insetos mortos também pode ser estudado para descobrir os agrotóxicos ou susbstâncias químicas presentes na região.
Em mortes dificéis encontrar a causa, Edilson Nakaza também explica que os insetos podem auxiliar. “Moscas próximas do cadáver podem, por exemplo, ser recolhidas para procurar vestígios de cocaína e pólvora”, explica.
As moscas são, muitas vezes, as primeiras a chegar ao local de homicídio. Elas preferem um cadáver úmido para as larvas se alimentarem. Já os besouros são geralmente encontrados nos cadáveres quando estes se encontram mais decompostos.
Capitão foi salvo da prisão por larvas
O perito Edilson Nakaza lembra um caso célebre na Hungria que salvou um capitão da Marinha da prisão.
Nos anos 90, ele foi incriminado por supostamente ter matado um passageiro de seu barco. O militar chegou a ser condenado a prisão perpétua.
Depois de oito anos de cadeia, o caso foi reaberto e foram analisados os vestígios do crime, entre eles as larvas que estavam no cadáver. Com isso foi provado que o morto foi assassinado um dia antes do capitão estar no barco.
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terça-feira, 13 de outubro de 2009
Unesp terá projeto inovador de reflorestamento e esgoto
Um projeto inovador e barato que está sendo feito no Rodoanel de São Paulo, a transposição de galharia da mata atlântica, também será testado em Bauru com o cerrado. O professor Osmar Cavassan explica, que nesse sistema toda área que foi desmatada para as obras, no caso para a construção das estradas do Rodoanel, teve toda sua biomassa, como galhos, sementes e folhas, transportada para locais em que se deseja criar florestas. Naturalmente esse material germina e forma de novo matas.
Em Bauru, o projeto é aplicar isso no campus da Unesp envolvendo também o tratamento de esgoto. O professor conta que a universidade gera um volume grande de esgoto, acrescido também do criado pelo posto do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do 4º BPMI (4º Batalhão de Polícia Militar do Interior). Todos esses dejetos vão para uma fossa na parte mais baixa do campus. “Uma bomba joga todo esse esgoto para o córrego Água Comprida”, diz.
Se pretende adotar na Unesp o sistema alagados construídos, que foi o de tratamento de águas residuárias (tratamento de esgoto) adotado pelo Jardim Botânico Municipal de Bauru usando lagoas sem cheiro. O professor Osmar afirma que se planeja tratar o esgoto da universidade numa área perto do CTI (Colégio Técnico Industrial). “Só que esse local tem uma mata cerrado de 4 a 5 hectares, então primeiro a Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] tem que liberar as obras, só falta isso para começar”, conta.
Toda a biomassa de cerrado que será derrubada será transplantada para uma estrada em frente ao Ipmet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas), que no passado foi desmatada e hoje está abandonada. “Será uma experimentação. Nunca esse processo foi feito com o cerrado”, finaliza.
Floresta urbana vai garantir qualidade de vida
No dia 11 de setembro, o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) anunciou a compra de área equivalente a 60 mil metros quadrados da floresta urbana localizada em frente ao câmpus da Unesp-Bauru, por R$ 1,2 milhão. Isso equivale a 10% do total da mata, formada principalmente por cerrado.
O professor Osmar Cavassan comenta que a compra desse terreno não deve ser encarada apenas como um espaço com um grupo de plantas e animais. “A questão ambiental extrapola isso. Isso vai envolver a comunidade que vive no entorno, a proteção do solo e do clima e é também um sinal que mostra que os espaços públicos que garantem qualidade de vida para todos devem ser preservados em Bauru”, diz.
Para ele, um espaço como esse pode ser usado como laboratório para geração de novos conhecimentos, espaço para educação ambiental e de ciências, fatores importantes também para criar noções estéticas. “No Brasil há uma cultura ambiental importada, nós adoramos leão e pinheiro, mesmo não existindo por aqui. Temos animais e plantas do cerrado maravilhosos, lindos, que não são conhecidos nem apreciados”, afirma.
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, diz que sonha com a compra de mais áreas da floresta urbana. A área comprada é o pedaço que está anexo à reserva legal do loteamento que existe ao lado, próximo a nascente do córrego da Água Comprida. A intenção do poder público é trabalhar o espaço comprado como uma espécie de parque. “Por mais necessidade que a área tenha de ser preservada, o mínimo de acesso a ela tem que ser dado. Isso vai ser com pessoas acompanhadas de monitores e pesquisadores que terão acesso a mata. Mas entradas aleatórias, sem supervisão, não devem ser permitidas. Isso atrapalharia pesquisas científicas e pode degradar a área”, fala.
Para a presidente do Instituto Ambiental Vidágua, Maria Helena Beltrame, a preservação da floresta urbana é um ‘símbolo’. “As pessoas ainda associam meio ambiente apenas com a floresta longe da cidade. Elas precisam entender que na vida urbana há necessidade de grandes áreas verdes para existir qualidade de vida”, aponta.
Em junho, o governador José Serra (PSDB) assinou a lei de proteção ao cerrado, aprovada pela Assembléia Legislativa. A nova lei de proteção ao cerrado estabelece critérios mais severos que o próprio Código Florestal Brasileiro no que diz respeito à utilização e preservação do cerrado.
A preocupação é garantir a sobrevivência deste bioma severamente ameaçado. O Estado possui somente 0,84% de área de cerrado, o equivalente a 211 mil hectares, ante a ocupação original de 14% do território paulista - 3,4 milhões de hectares. Em Bauru, a área remanescente é de 8%. O município conta com 5.959 hectares de cobertura florestal e 254 fragmentos florestais.
Selo Verde e Azul é meta
Uma das metas da administração municipal é conseguir o selo de Município Verde Azul. Nesse projeto, o Governo do Estado de São Paulo e os municípios trabalham juntos na efetivação da agenda ambiental paulista. Com essa gestão ambiental compartilhada, o Governo passou a ter os municípios como fortes parceiros, tomando decisões conjuntas e estimulando ações municipais em prol do meio ambiente e da sociedade.
A adesão dos municípios ao Projeto se dá a partir da assinatura de um "Protocolo de Intenções" que propõe 10 Diretivas Ambientais que abordam as questões prioritárias a serem desenvolvidas - Esgoto Tratado, Lixo Mínimo, Recuperação da Mata Ciliar, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Habitação Sustentável, Uso da Água, Poluição do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho de Meio Ambiente. A equipe da SMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) orienta os municípios no preenchimento do Plano de Ação e no cumprimento das metas.
No final do ano é divulgado o ranking ambiental dos municípios paulistas, com uma nota que varia de zero a 100. As localidades que obtêm nota superior a 80 recebem o certificado de Município Verde Azul. No ano passado, dos 332 municípios avaliados, apenas 44 receberam o selo verde da SMA.
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, reconhece que o principal problema de Bauru é o tratamento de esgoto, é a principal barreira para a cidade obter o selo de Município Verde Azul. “A prefeitura através do DAE [Departamento de Água e Esgoto] já vem fazendo o trabalho de instalação dos interceptores. Eu acredito que daqui três, quatros anos teremos o tratamento de esgoto com 100%. O prefeito está correndo atrás do financiamento para isso. Uma pequena porcentagem do esgoto, 2%, já é tratado em Tibiriçá, falta apenas as licenças ambientais”, diz.
Sobre os outros pontos ele afirma que Bauru já atende ou está próxima disso. Por exemplo, as cidades deverão ter 12 m2 de área verde por habitante, segundo Valcirlei, Bauru tem 21 m2. “Essas áreas ainda não estão equilibradas na zona urbana, para toda a comunidade usufruir, mas o tamanho já obedecemos. A coleta de lixo residencial e o aterro sanitário também já atendem as exigências, apesar de sua vida útil estar chegando no limite”, comenta.
Na educação ambiental, o secretário diz que entidades como o Vidágua, Fórum Pró-Batalha e a própria Semma já fazem esse trabalho há vários anos, mas ainda precisam ser registrados ou adaptados no projeto Município Verde Azul.
População ainda resiste a cuidar de rios e córregos
Sobre o trabalho de proteção e reflorestamento das matas ciliares dos córregos e rios de Bauru, Maria Helena Beltrame, presidente do Instituto Ambiental Vidágua, conta que a resistência ainda é muito grande. “Existe uma dificuldade muito grande em Bauru para entrar nessas propriedades com nascentes ou que tem o curso de córregos e rios”, diz.
Segundo ela, os proprietários barram a entrada de ambientalistas que cuidam da mata ciliar e também não simpatizam com as regras impostas, como restrição à entrada de gado e queimadas.
A cidade de Bauru está dentro de duas bacias hidrográficas, a Tietê-Batalha e a Tietê-Jacaré. Na área urbana existem 26 córregos e na área rural mais 54. Pela cidade também passam o Rio Bauru e o Rio Batalha.
O Vidágua, mesmo, com essa resistência, está fazendo um diagnóstico do tamanho, localização e condições de toda a mata ciliar de Bauru.
O Comdema teve dificuldade para aprovar o espaço de APP (Área de Preservação Permanente) de córregos como da Grama, Ressaca e Forquilha com o espaço de 50 metros para preservação nas margens. “Na conversa e explicação se chegou a um acordo. Esse espaço maior é melhor para a própria população que mora perto. Antes o espaço era de 30 metros, não é uma área perdida”, diz Maria Helena Beltrame.
Segundo o professor Osmar Cavassan, normalmente os pequenos proprietários são mais abertos as mudanças necessárias. “Com um programa de educação ambiental que mostre os benefícios de cuidar bem dos rios, esse trabalho é aceito. Não cuidar da mata ciliar traz erosão, empobrecimento e desvalorização do solo e compromete a qualidade da água do rio. Os grandes têm mais resistência contra isso”, conta.
A Semma tem a disposição, para oferecer gratuitamente, 400 mil mudas para moradores da área urbana e rural e técnicos que orientam no plantio.
Saiba mais
Endereço: Avenida Nuno de Assis, 14-60
Telefone: (14) 3235-1080
e-mail: meioambiente@bauru.sp.gov.br
Lixo preocupa
O problema mundial do lixo, que é produzido diariamente em toneladas e custa milhões para ser adequadamente descartado, para o professor Osmar Cavassan para ser resolvido ou diminuído deveria ter a participação de todos. “Precisamos primeiro reduzir o volume de lixo produzido. Isso se faria com reutilização, reciclagem e menor consumo, uma mudança comportamental”, comenta.
Coder sonha com usina
Desde 2006, o Coder (Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional) tem um projeto para criar uma usina regional de lixo. O ideia prevê envolver toda a 7ª região administrativa, com 40 cidades, para abranger uma área com cerca de 1 milhão de habitantes e investimento entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões.
A usina seria instalada em Bauru para reciclagem e geração de eletricidade a partir dos resíduos. A região produz cerca de 700 toneladas por dia. No momento o Coder e as cidades tentam um financiamento no Ministério das Cidades, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e junto a empresas.
Zoneamento
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, comentou também a instalação do minidistritos industriais na cidade, como o do Jardim Pagani. Ele explica que os empreendimentos na cidade obedecem a leis de zoneamento, que preveem que tipos de usos podem ser realizados em determinadas áreas, como residencial, comercial e industrial. “A Seplan [Secretaria de Planejamento] determina que tipos de empresas podem se instalar nos minidistritos e depois essas empresas ainda tem que passar por uma análise da Semma [Secretaria de Meio Ambiente] para verificar se ela é potencialmente poluidora”, diz.
Há barreiras ainda a vencer
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, comenta que ainda hoje enfrenta barreiras no seu trabalho, que afirma muitas vezes é entendido como obstáculo para o desenvolvimento e a agricultura. “Hoje melhorou sem dúvida, mas convivemos ainda com problemas antigos, como queimadas e produção de gado em locais irregulares”, comenta.
O orçamento da secretaria de meio ambiente apenas aparenta ser grande. São R$ 16 milhões e para 2010 a expectativa é de R$ 21 milhões, mas a maior parte desse dinheiro vai para o pagamento da coleta de lixo. “Tirando os gastos de custeio para investimentos sobram R$ 500 mil por ano”, afirma.
A pasta do meio ambiente foi criada no governo do prefeito Antônio Tidei de Lima (1993-1996) e o primeiro secretário informal foi o professor de ecologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Osmar Cavassan, prestando assessoria para a administração do prefeito Osvaldo Sbeghen (1977-1983). “Na época chamavam a questão ambiental de perfumaria. Atualmente vemos muita melhora, como a existência de um Comdema [Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente] que já é deliberativo e não apenas consultivo”, diz.
A presidente do Instituto Ambiental Vidágua, Maria Helena Beltrame, fala da necessidade de mudança de comportamento, algo demorado. “O direito ambiental, por exemplo, é novo, surgiu em 1981, precisa de mais tempo para ser assimilado. Até hoje não há a disciplina de direito ambiental nas faculdades”, comenta.
Em Bauru, o projeto é aplicar isso no campus da Unesp envolvendo também o tratamento de esgoto. O professor conta que a universidade gera um volume grande de esgoto, acrescido também do criado pelo posto do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do 4º BPMI (4º Batalhão de Polícia Militar do Interior). Todos esses dejetos vão para uma fossa na parte mais baixa do campus. “Uma bomba joga todo esse esgoto para o córrego Água Comprida”, diz.
Se pretende adotar na Unesp o sistema alagados construídos, que foi o de tratamento de águas residuárias (tratamento de esgoto) adotado pelo Jardim Botânico Municipal de Bauru usando lagoas sem cheiro. O professor Osmar afirma que se planeja tratar o esgoto da universidade numa área perto do CTI (Colégio Técnico Industrial). “Só que esse local tem uma mata cerrado de 4 a 5 hectares, então primeiro a Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] tem que liberar as obras, só falta isso para começar”, conta.
Toda a biomassa de cerrado que será derrubada será transplantada para uma estrada em frente ao Ipmet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas), que no passado foi desmatada e hoje está abandonada. “Será uma experimentação. Nunca esse processo foi feito com o cerrado”, finaliza.
Floresta urbana vai garantir qualidade de vida
No dia 11 de setembro, o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) anunciou a compra de área equivalente a 60 mil metros quadrados da floresta urbana localizada em frente ao câmpus da Unesp-Bauru, por R$ 1,2 milhão. Isso equivale a 10% do total da mata, formada principalmente por cerrado.
O professor Osmar Cavassan comenta que a compra desse terreno não deve ser encarada apenas como um espaço com um grupo de plantas e animais. “A questão ambiental extrapola isso. Isso vai envolver a comunidade que vive no entorno, a proteção do solo e do clima e é também um sinal que mostra que os espaços públicos que garantem qualidade de vida para todos devem ser preservados em Bauru”, diz.
Para ele, um espaço como esse pode ser usado como laboratório para geração de novos conhecimentos, espaço para educação ambiental e de ciências, fatores importantes também para criar noções estéticas. “No Brasil há uma cultura ambiental importada, nós adoramos leão e pinheiro, mesmo não existindo por aqui. Temos animais e plantas do cerrado maravilhosos, lindos, que não são conhecidos nem apreciados”, afirma.
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, diz que sonha com a compra de mais áreas da floresta urbana. A área comprada é o pedaço que está anexo à reserva legal do loteamento que existe ao lado, próximo a nascente do córrego da Água Comprida. A intenção do poder público é trabalhar o espaço comprado como uma espécie de parque. “Por mais necessidade que a área tenha de ser preservada, o mínimo de acesso a ela tem que ser dado. Isso vai ser com pessoas acompanhadas de monitores e pesquisadores que terão acesso a mata. Mas entradas aleatórias, sem supervisão, não devem ser permitidas. Isso atrapalharia pesquisas científicas e pode degradar a área”, fala.
Para a presidente do Instituto Ambiental Vidágua, Maria Helena Beltrame, a preservação da floresta urbana é um ‘símbolo’. “As pessoas ainda associam meio ambiente apenas com a floresta longe da cidade. Elas precisam entender que na vida urbana há necessidade de grandes áreas verdes para existir qualidade de vida”, aponta.
Em junho, o governador José Serra (PSDB) assinou a lei de proteção ao cerrado, aprovada pela Assembléia Legislativa. A nova lei de proteção ao cerrado estabelece critérios mais severos que o próprio Código Florestal Brasileiro no que diz respeito à utilização e preservação do cerrado.
A preocupação é garantir a sobrevivência deste bioma severamente ameaçado. O Estado possui somente 0,84% de área de cerrado, o equivalente a 211 mil hectares, ante a ocupação original de 14% do território paulista - 3,4 milhões de hectares. Em Bauru, a área remanescente é de 8%. O município conta com 5.959 hectares de cobertura florestal e 254 fragmentos florestais.
Selo Verde e Azul é meta
Uma das metas da administração municipal é conseguir o selo de Município Verde Azul. Nesse projeto, o Governo do Estado de São Paulo e os municípios trabalham juntos na efetivação da agenda ambiental paulista. Com essa gestão ambiental compartilhada, o Governo passou a ter os municípios como fortes parceiros, tomando decisões conjuntas e estimulando ações municipais em prol do meio ambiente e da sociedade.
A adesão dos municípios ao Projeto se dá a partir da assinatura de um "Protocolo de Intenções" que propõe 10 Diretivas Ambientais que abordam as questões prioritárias a serem desenvolvidas - Esgoto Tratado, Lixo Mínimo, Recuperação da Mata Ciliar, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Habitação Sustentável, Uso da Água, Poluição do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho de Meio Ambiente. A equipe da SMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) orienta os municípios no preenchimento do Plano de Ação e no cumprimento das metas.
No final do ano é divulgado o ranking ambiental dos municípios paulistas, com uma nota que varia de zero a 100. As localidades que obtêm nota superior a 80 recebem o certificado de Município Verde Azul. No ano passado, dos 332 municípios avaliados, apenas 44 receberam o selo verde da SMA.
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, reconhece que o principal problema de Bauru é o tratamento de esgoto, é a principal barreira para a cidade obter o selo de Município Verde Azul. “A prefeitura através do DAE [Departamento de Água e Esgoto] já vem fazendo o trabalho de instalação dos interceptores. Eu acredito que daqui três, quatros anos teremos o tratamento de esgoto com 100%. O prefeito está correndo atrás do financiamento para isso. Uma pequena porcentagem do esgoto, 2%, já é tratado em Tibiriçá, falta apenas as licenças ambientais”, diz.
Sobre os outros pontos ele afirma que Bauru já atende ou está próxima disso. Por exemplo, as cidades deverão ter 12 m2 de área verde por habitante, segundo Valcirlei, Bauru tem 21 m2. “Essas áreas ainda não estão equilibradas na zona urbana, para toda a comunidade usufruir, mas o tamanho já obedecemos. A coleta de lixo residencial e o aterro sanitário também já atendem as exigências, apesar de sua vida útil estar chegando no limite”, comenta.
Na educação ambiental, o secretário diz que entidades como o Vidágua, Fórum Pró-Batalha e a própria Semma já fazem esse trabalho há vários anos, mas ainda precisam ser registrados ou adaptados no projeto Município Verde Azul.
População ainda resiste a cuidar de rios e córregos
Sobre o trabalho de proteção e reflorestamento das matas ciliares dos córregos e rios de Bauru, Maria Helena Beltrame, presidente do Instituto Ambiental Vidágua, conta que a resistência ainda é muito grande. “Existe uma dificuldade muito grande em Bauru para entrar nessas propriedades com nascentes ou que tem o curso de córregos e rios”, diz.
Segundo ela, os proprietários barram a entrada de ambientalistas que cuidam da mata ciliar e também não simpatizam com as regras impostas, como restrição à entrada de gado e queimadas.
A cidade de Bauru está dentro de duas bacias hidrográficas, a Tietê-Batalha e a Tietê-Jacaré. Na área urbana existem 26 córregos e na área rural mais 54. Pela cidade também passam o Rio Bauru e o Rio Batalha.
O Vidágua, mesmo, com essa resistência, está fazendo um diagnóstico do tamanho, localização e condições de toda a mata ciliar de Bauru.
O Comdema teve dificuldade para aprovar o espaço de APP (Área de Preservação Permanente) de córregos como da Grama, Ressaca e Forquilha com o espaço de 50 metros para preservação nas margens. “Na conversa e explicação se chegou a um acordo. Esse espaço maior é melhor para a própria população que mora perto. Antes o espaço era de 30 metros, não é uma área perdida”, diz Maria Helena Beltrame.
Segundo o professor Osmar Cavassan, normalmente os pequenos proprietários são mais abertos as mudanças necessárias. “Com um programa de educação ambiental que mostre os benefícios de cuidar bem dos rios, esse trabalho é aceito. Não cuidar da mata ciliar traz erosão, empobrecimento e desvalorização do solo e compromete a qualidade da água do rio. Os grandes têm mais resistência contra isso”, conta.
A Semma tem a disposição, para oferecer gratuitamente, 400 mil mudas para moradores da área urbana e rural e técnicos que orientam no plantio.
Saiba mais
Endereço: Avenida Nuno de Assis, 14-60
Telefone: (14) 3235-1080
e-mail: meioambiente@bauru.sp.gov.br
Lixo preocupa
O problema mundial do lixo, que é produzido diariamente em toneladas e custa milhões para ser adequadamente descartado, para o professor Osmar Cavassan para ser resolvido ou diminuído deveria ter a participação de todos. “Precisamos primeiro reduzir o volume de lixo produzido. Isso se faria com reutilização, reciclagem e menor consumo, uma mudança comportamental”, comenta.
Coder sonha com usina
Desde 2006, o Coder (Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional) tem um projeto para criar uma usina regional de lixo. O ideia prevê envolver toda a 7ª região administrativa, com 40 cidades, para abranger uma área com cerca de 1 milhão de habitantes e investimento entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões.
A usina seria instalada em Bauru para reciclagem e geração de eletricidade a partir dos resíduos. A região produz cerca de 700 toneladas por dia. No momento o Coder e as cidades tentam um financiamento no Ministério das Cidades, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e junto a empresas.
Zoneamento
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, comentou também a instalação do minidistritos industriais na cidade, como o do Jardim Pagani. Ele explica que os empreendimentos na cidade obedecem a leis de zoneamento, que preveem que tipos de usos podem ser realizados em determinadas áreas, como residencial, comercial e industrial. “A Seplan [Secretaria de Planejamento] determina que tipos de empresas podem se instalar nos minidistritos e depois essas empresas ainda tem que passar por uma análise da Semma [Secretaria de Meio Ambiente] para verificar se ela é potencialmente poluidora”, diz.
Há barreiras ainda a vencer
O secretário municipal de meio ambiente, Valcirlei Gonçalves da Silva, comenta que ainda hoje enfrenta barreiras no seu trabalho, que afirma muitas vezes é entendido como obstáculo para o desenvolvimento e a agricultura. “Hoje melhorou sem dúvida, mas convivemos ainda com problemas antigos, como queimadas e produção de gado em locais irregulares”, comenta.
O orçamento da secretaria de meio ambiente apenas aparenta ser grande. São R$ 16 milhões e para 2010 a expectativa é de R$ 21 milhões, mas a maior parte desse dinheiro vai para o pagamento da coleta de lixo. “Tirando os gastos de custeio para investimentos sobram R$ 500 mil por ano”, afirma.
A pasta do meio ambiente foi criada no governo do prefeito Antônio Tidei de Lima (1993-1996) e o primeiro secretário informal foi o professor de ecologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Osmar Cavassan, prestando assessoria para a administração do prefeito Osvaldo Sbeghen (1977-1983). “Na época chamavam a questão ambiental de perfumaria. Atualmente vemos muita melhora, como a existência de um Comdema [Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente] que já é deliberativo e não apenas consultivo”, diz.
A presidente do Instituto Ambiental Vidágua, Maria Helena Beltrame, fala da necessidade de mudança de comportamento, algo demorado. “O direito ambiental, por exemplo, é novo, surgiu em 1981, precisa de mais tempo para ser assimilado. Até hoje não há a disciplina de direito ambiental nas faculdades”, comenta.
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Turismo emprega mais de 10 mil pessoas em Bauru
Na última sexta-feira, dia 25, Daiellen Vale dos Santos, 25 anos, acordou cedo para recepcionar um grupo de mais 300 pessoas de cidades como Ourinhos, Botucatu e Marília. Ela estava trabalhando em um evento empresarial no Obeid Plaza Hotel em Bauru. “Há seis anos trabalho em eventos como esse. Existe muita concorrência por uma vaga, que consigo por experiência ou indicação. Tem meses que já consegui três, quatro trabalhos, que pagam uma média de R$ 100, dependendo da duração. Estou conseguindo pagar minha faculdade de biologia com isso”, conta.
O exemplo de Daiellen se repete muito em Bauru. O setor de turismo, e na cidade principalmente o de negócios, emprega 8.500 pessoas apenas no setor hoteleiro, de acordo com o presidente do Sindicato de Trabalhadores dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru, Francisco Pereira de Andrade.
Além dos hotéis, o turismo também movimenta a economia no ramo de restaurantes, bares, agências, transportes, comércio, entre outros, conseguindo empregar mais de 10 mil pessoas em Bauru. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cidade tem 359.429 habitantes, ou seja, cerca de 3% vivem diretamente do turismo, já os indiretos podem representar uma porcentagem bem maior se for contada a família dessas pessoas.
Hotéis, restaurantes, feiras, shows, teatros, museus, dentre outros são os grandes atrativos para os turistas, levando ao aumento das arrecadações financeiras desses estabelecimentos, provocando maior arrecadação dos impostos, aumentando também a arrecadação municipal.
Números do turismo em Bauru
Hotéis, flats – 35 (sem contar pousadas)
Motéis – 12
Apartamentos – 1,7 mil
Leitos – 3,3 mil
Faculdades – 2
Empregos no setor hoteleiro – 8,5 mil
Movimento no terminal rodoviário - média diária de 3,5 mil pessoas em embarque e desembarque. Nos finais de semana prolongados sobe para 5 mil pessoas
Movimento no aeroporto do Aeroclube em 2009 até agosto – 6.998 embarques/desembarques
Movimento no aeroporto Bauru/Arealva em 2009 até agosto – 25.611 embarques/desembarques
Fonte: Bauru e Região Convention & Visitors Bureau, Sindicato de Trabalhadores dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru, Emdurb e Daesp
Hoje é o dia mundial do turismo
Hoje, 27 de setembro, se comemora o dia mundial do turismo. A data foi instituída pela OMT (Organização Mundial do Turismo), órgão que compõe o Sistema das Nações Unidas, em setembro de 1979.
Durante a realização de uma Assembleia Geral da organização, os membros participantes decidiram que a cada ano seria abordado um tema diferente, no dia 27 de setembro.
A escolha da data se deu em homenagem à implantação do Estatuto da entidade, adotado desde 1970, um marco na história do turismo mundial, portanto, comemorando seus nove anos de vigor, em 1979.
A intenção dos organizadores do evento foi a de transformar o Dia Mundial do Turismo numa data capaz de conscientizar a sociedade dos valores culturais, políticos, econômicos e sociais que esse ramo ocasiona.
O turismo é uma atividade relacionada ao entretenimento, onde as pessoas se divertem ao passearem por diferentes lugares.
Além disso, é tido como a área profissional que cuida de toda a movimentação que esses passeios ocasionam, o conjunto de serviços que os mesmos geram, com o intuito de promover o bem-estar dos visitantes ou turistas, sendo que seu maior objetivo é de que o viajante sinta-se satisfeito e retorne ao local.
As movimentações turísticas abrangem boa parte da economia de um país, pois ocasionam a circulação de um número bem maior de pessoas nas regiões visitadas. Isso faz com que aumentem os empregos, os investimentos na estrutura da cidade, melhorando a qualidade de vida das pessoas que ali vivem.
Em 2009 o objeto da pauta da Organização é “Mudanças Climáticas: o turismo em busca da ecoeficiência”, levando o assunto como grande interesse da área, buscando alertar a população sobre os danos da degradação do meio ambiente e apresentando os bons resultados das práticas turísticas de preservação.
Setor sofre em Bauru com baixa ocupação e poucos dados
Apesar de empregar muitas pessoas e já receber muitas pessoas, o setor de turismo em Bauru é visto com muito potencial ainda para ser explorado.
A presidente do Bauru e Região Convention & Visitors Bureau, Michele Kyrillos Obeid, conta que a ocupação da rede hoteleira em Bauru durante os dias úteis tem uma média de 80% e nos finais de semana cai para 20%. “De segunda à sexta o foco é em negócios e em eventos, por isso a boa ocupação. Mas sábado e domingo despenca”, diz.
Uma solução sugerida para melhorar isso é a cidade interligar mais suas atividades culturais, esportivas, entre outras, como ocorre em São Paulo, onde é muito comum as pessoas visitarem a cidade nos finais de semana para visitarem museus e pontos turísticos ou assistirem jogos e apresentações artísticas.
Sem números
Outra dificuldade para o turismo de Bauru crescer mais é a falta de estatísticas do setor. Por exemplo, Michele diz não existir em Bauru estudos científicos sobre o faturamento do turismo e números e características dos turistas que visitam a cidade. “Sem isso fica mais difícil conseguir investimentos para o setor. Esperamos que ano que vem consigamos fazer esses estudos em parceria com o poder público”, fala.
Bauru e Região Convention & Visitors Bureau
Telefone: (14) 3234-7646
e-mail: bauruconvention@terra.com.br
Caminhos do Centro Oeste terá catálogo em dezembro
O Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista, uma das principais iniciativas para expandir o turismo na região, vai lançar seu primeiro catálogo em dezembro deste ano.
O circuito é uma parceria entre o Sebrae-SP, Coder (Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional), Instituto Soma, prefeituras de Agudos, Avaí, Arealva, Bauru, Duartina, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba, Pederneiras e Piratininga e o Ciesp.
A analista do Sebrae em Bauru, Isa Maria Francischini, explica que o projeto tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento sócio econômico e cultural da região de forma sustentável. “Nossa meta é inserir a região no mercado regional, estadual e nacional de turismo, cultura e artesanato, consolidar roteiros turísticos, aumentar o fluxo de turistas e melhorar a qualidade de vida das pessoas nos municípios. O plano é aumentar em 20% o número de turistas e a permanência dos mesmos na região até julho de 2010”, conta.
O catálogo vai contemplar informações sobre o circuito como o histórico do projeto até chegar a circuito; referencial de localização do circuito; mapa rodoviário, breve perfil dos municípios integrantes, vocações turísticas; passeios; manifestações culturais; artesanato; gastronomia; roteiros; localização de produtos e serviços por municípios; calendário de eventos da região.
Sua distribuição será voltada para um público específico, como agências de turismo e viagens, entre outros. Mas pretende-se também disponibilizar o conteúdo em CD e guia de bolso, para distribuição em eventos de maior escala. Também pretende-se que ele seja disponibilizado via internet.
Hoje, no site do Instituto Soma já está disponibilizado a versão institucional do Catálogo do Circuito que foi lançada em 2008. “Dentro do circuito há muita história e cultura, nos diversos museus existentes, nos riquíssimos acervos, é possível também vivenciar a vida no campo, desfrutar de momentos de tranqüilidade e lazer em belas propriedades, conhecer manifestações culturais e tradições indígenas, além inúmeras possibilidades de entretenimento”, comenta.
Saiba mais
Site: www.institutosoma.org.br/turismo/
Turismo de Saúde também é forte
Segundo o secretário de desenvolvimento econômico, Antonio Mondelli Junior, o que mais movimenta o setor de turismo em Bauru hoje é o de negócios, saúde e eventos.”Podemos considerar que a maior parte seja regional e nacional, pois o fluxo de estudantes, pessoas que veem até o Centrinho e os próprios empresários que recebem até um numero relativamente grande de representantes internacionais”, diz.
Como pontos turísticos principais ele cita o Parque Vitória Régia, o Automóvel Clube, o Templo Tenri Kyo, a Estação Ferroviária da NOB, Igreja Presbiteriana, Igreja Santa Terezinha, o prédio da Prefeitura Municipal, o Teatro Municipal, entre outros.
As principais datas e eventos são o aniversário e Festa do Sanduíche Bauru, Grand Expo Bauru, Semana do Meio Ambiente, Semana da Educação, Semana da Ciência e Tecnologia, Virada Cultural, Semana Nacional dos Museus, entre outros.
“Com certeza o turismo movimenta vários setores da economia, existe o chamado efeito multiplicador, que beneficia desde o produtor rural ao proprietário do restaurante, que servira o que veio do campo”, comenta.
Circuito teve visitas
A cidade de Bauru recebeu, na quinta e sexta-feira, 24 e 25, representantes das 10 cidades que integram o projeto Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista. Os integrantes estão realizando visita técnica para escolher os pontos turísticos e estabelecimentos comerciais que farão parte do catálogo do Circuito.
Em Bauru, a comissão visitou o Zoológico Municipal, Jardim Botânico, Kartódromo Toca da Coruja, Alameda Quality Center, Adega Garrafeira, Museus Municipais Ferroviário e Histórico, Recanto Tibiriçá, Pesqueiro Pé no Chão e Empório Barres.
A avaliação teve início na semana passada e os técnicos já passaram por Agudos, Arealva, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba e Pederneiras. Na próxima semana será a vez das cidades de Duartina, Piratininga e Avaí.
De acordo com a diretora do departamento de Comércio e Turismo, da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Daniela Trujilho, cada representante recebe um questionário de avaliação, com questões como, a sinalização turística, identificação do local, fachada, recepção ao visitante, estrutura, higiene, acessibilidade, controle de visitação, produtos para venda, entre outros itens.
O exemplo de Daiellen se repete muito em Bauru. O setor de turismo, e na cidade principalmente o de negócios, emprega 8.500 pessoas apenas no setor hoteleiro, de acordo com o presidente do Sindicato de Trabalhadores dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru, Francisco Pereira de Andrade.
Além dos hotéis, o turismo também movimenta a economia no ramo de restaurantes, bares, agências, transportes, comércio, entre outros, conseguindo empregar mais de 10 mil pessoas em Bauru. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cidade tem 359.429 habitantes, ou seja, cerca de 3% vivem diretamente do turismo, já os indiretos podem representar uma porcentagem bem maior se for contada a família dessas pessoas.
Hotéis, restaurantes, feiras, shows, teatros, museus, dentre outros são os grandes atrativos para os turistas, levando ao aumento das arrecadações financeiras desses estabelecimentos, provocando maior arrecadação dos impostos, aumentando também a arrecadação municipal.
Números do turismo em Bauru
Hotéis, flats – 35 (sem contar pousadas)
Motéis – 12
Apartamentos – 1,7 mil
Leitos – 3,3 mil
Faculdades – 2
Empregos no setor hoteleiro – 8,5 mil
Movimento no terminal rodoviário - média diária de 3,5 mil pessoas em embarque e desembarque. Nos finais de semana prolongados sobe para 5 mil pessoas
Movimento no aeroporto do Aeroclube em 2009 até agosto – 6.998 embarques/desembarques
Movimento no aeroporto Bauru/Arealva em 2009 até agosto – 25.611 embarques/desembarques
Fonte: Bauru e Região Convention & Visitors Bureau, Sindicato de Trabalhadores dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru, Emdurb e Daesp
Hoje é o dia mundial do turismo
Hoje, 27 de setembro, se comemora o dia mundial do turismo. A data foi instituída pela OMT (Organização Mundial do Turismo), órgão que compõe o Sistema das Nações Unidas, em setembro de 1979.
Durante a realização de uma Assembleia Geral da organização, os membros participantes decidiram que a cada ano seria abordado um tema diferente, no dia 27 de setembro.
A escolha da data se deu em homenagem à implantação do Estatuto da entidade, adotado desde 1970, um marco na história do turismo mundial, portanto, comemorando seus nove anos de vigor, em 1979.
A intenção dos organizadores do evento foi a de transformar o Dia Mundial do Turismo numa data capaz de conscientizar a sociedade dos valores culturais, políticos, econômicos e sociais que esse ramo ocasiona.
O turismo é uma atividade relacionada ao entretenimento, onde as pessoas se divertem ao passearem por diferentes lugares.
Além disso, é tido como a área profissional que cuida de toda a movimentação que esses passeios ocasionam, o conjunto de serviços que os mesmos geram, com o intuito de promover o bem-estar dos visitantes ou turistas, sendo que seu maior objetivo é de que o viajante sinta-se satisfeito e retorne ao local.
As movimentações turísticas abrangem boa parte da economia de um país, pois ocasionam a circulação de um número bem maior de pessoas nas regiões visitadas. Isso faz com que aumentem os empregos, os investimentos na estrutura da cidade, melhorando a qualidade de vida das pessoas que ali vivem.
Em 2009 o objeto da pauta da Organização é “Mudanças Climáticas: o turismo em busca da ecoeficiência”, levando o assunto como grande interesse da área, buscando alertar a população sobre os danos da degradação do meio ambiente e apresentando os bons resultados das práticas turísticas de preservação.
Setor sofre em Bauru com baixa ocupação e poucos dados
Apesar de empregar muitas pessoas e já receber muitas pessoas, o setor de turismo em Bauru é visto com muito potencial ainda para ser explorado.
A presidente do Bauru e Região Convention & Visitors Bureau, Michele Kyrillos Obeid, conta que a ocupação da rede hoteleira em Bauru durante os dias úteis tem uma média de 80% e nos finais de semana cai para 20%. “De segunda à sexta o foco é em negócios e em eventos, por isso a boa ocupação. Mas sábado e domingo despenca”, diz.
Uma solução sugerida para melhorar isso é a cidade interligar mais suas atividades culturais, esportivas, entre outras, como ocorre em São Paulo, onde é muito comum as pessoas visitarem a cidade nos finais de semana para visitarem museus e pontos turísticos ou assistirem jogos e apresentações artísticas.
Sem números
Outra dificuldade para o turismo de Bauru crescer mais é a falta de estatísticas do setor. Por exemplo, Michele diz não existir em Bauru estudos científicos sobre o faturamento do turismo e números e características dos turistas que visitam a cidade. “Sem isso fica mais difícil conseguir investimentos para o setor. Esperamos que ano que vem consigamos fazer esses estudos em parceria com o poder público”, fala.
Bauru e Região Convention & Visitors Bureau
Telefone: (14) 3234-7646
e-mail: bauruconvention@terra.com.br
Caminhos do Centro Oeste terá catálogo em dezembro
O Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista, uma das principais iniciativas para expandir o turismo na região, vai lançar seu primeiro catálogo em dezembro deste ano.
O circuito é uma parceria entre o Sebrae-SP, Coder (Conselho de Desenvolvimento Econômico Regional), Instituto Soma, prefeituras de Agudos, Avaí, Arealva, Bauru, Duartina, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba, Pederneiras e Piratininga e o Ciesp.
A analista do Sebrae em Bauru, Isa Maria Francischini, explica que o projeto tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento sócio econômico e cultural da região de forma sustentável. “Nossa meta é inserir a região no mercado regional, estadual e nacional de turismo, cultura e artesanato, consolidar roteiros turísticos, aumentar o fluxo de turistas e melhorar a qualidade de vida das pessoas nos municípios. O plano é aumentar em 20% o número de turistas e a permanência dos mesmos na região até julho de 2010”, conta.
O catálogo vai contemplar informações sobre o circuito como o histórico do projeto até chegar a circuito; referencial de localização do circuito; mapa rodoviário, breve perfil dos municípios integrantes, vocações turísticas; passeios; manifestações culturais; artesanato; gastronomia; roteiros; localização de produtos e serviços por municípios; calendário de eventos da região.
Sua distribuição será voltada para um público específico, como agências de turismo e viagens, entre outros. Mas pretende-se também disponibilizar o conteúdo em CD e guia de bolso, para distribuição em eventos de maior escala. Também pretende-se que ele seja disponibilizado via internet.
Hoje, no site do Instituto Soma já está disponibilizado a versão institucional do Catálogo do Circuito que foi lançada em 2008. “Dentro do circuito há muita história e cultura, nos diversos museus existentes, nos riquíssimos acervos, é possível também vivenciar a vida no campo, desfrutar de momentos de tranqüilidade e lazer em belas propriedades, conhecer manifestações culturais e tradições indígenas, além inúmeras possibilidades de entretenimento”, comenta.
Saiba mais
Site: www.institutosoma.org.br/turismo/
Turismo de Saúde também é forte
Segundo o secretário de desenvolvimento econômico, Antonio Mondelli Junior, o que mais movimenta o setor de turismo em Bauru hoje é o de negócios, saúde e eventos.”Podemos considerar que a maior parte seja regional e nacional, pois o fluxo de estudantes, pessoas que veem até o Centrinho e os próprios empresários que recebem até um numero relativamente grande de representantes internacionais”, diz.
Como pontos turísticos principais ele cita o Parque Vitória Régia, o Automóvel Clube, o Templo Tenri Kyo, a Estação Ferroviária da NOB, Igreja Presbiteriana, Igreja Santa Terezinha, o prédio da Prefeitura Municipal, o Teatro Municipal, entre outros.
As principais datas e eventos são o aniversário e Festa do Sanduíche Bauru, Grand Expo Bauru, Semana do Meio Ambiente, Semana da Educação, Semana da Ciência e Tecnologia, Virada Cultural, Semana Nacional dos Museus, entre outros.
“Com certeza o turismo movimenta vários setores da economia, existe o chamado efeito multiplicador, que beneficia desde o produtor rural ao proprietário do restaurante, que servira o que veio do campo”, comenta.
Circuito teve visitas
A cidade de Bauru recebeu, na quinta e sexta-feira, 24 e 25, representantes das 10 cidades que integram o projeto Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista. Os integrantes estão realizando visita técnica para escolher os pontos turísticos e estabelecimentos comerciais que farão parte do catálogo do Circuito.
Em Bauru, a comissão visitou o Zoológico Municipal, Jardim Botânico, Kartódromo Toca da Coruja, Alameda Quality Center, Adega Garrafeira, Museus Municipais Ferroviário e Histórico, Recanto Tibiriçá, Pesqueiro Pé no Chão e Empório Barres.
A avaliação teve início na semana passada e os técnicos já passaram por Agudos, Arealva, Iacanga, Lençóis Paulista, Macatuba e Pederneiras. Na próxima semana será a vez das cidades de Duartina, Piratininga e Avaí.
De acordo com a diretora do departamento de Comércio e Turismo, da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Daniela Trujilho, cada representante recebe um questionário de avaliação, com questões como, a sinalização turística, identificação do local, fachada, recepção ao visitante, estrutura, higiene, acessibilidade, controle de visitação, produtos para venda, entre outros itens.
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