O Corredor Bioceânico Central, que ligará o porto de Santos no oceano Atlântico com portos no Chile no oceano Pacífico, deve ser inaugurado em novembro.
O projeto dos governos brasileiro, chileno e boliviano apresentou atrasos devido a necessidade de várias obras em estradas, principalmente no trecho da Bolívia. No total, serão 3,8 mil quilômetros de estradas.
Nesta semana, os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Chile estiveram reunidos em Brasília para debater o assunto. Por meio de sua assessoria de imprensa o Itamaraty confirmou que Celso Amorim e seu colega Alfredo Moreno estabeleceram como prazo de inauguração a primeira semana de novembro.
De acordo com o Ministério dos Transportes, o traçado do Corredor Bioceânico Central dentro do estado de São Paulo vai usar estradas que já existem (697 km) e terá como vias mais ideais para a logística a Via Anchieta SP-150, Rodovia Castelo Branco SP-280, Rodovia João Hipólito Martins SP-209 e a Rodovia Marechal Rondon SP-300. O percurso inclui cidades como Botucatu, Bauru e Lins, além de ficar próximo de Sorocaba e da Grande São Paulo.
Foram necessárias obras nas estradas do Mato Grosso do Sul, como restaurações em Corumbá.
Projeto é considerado estratégico
O Corredor Bioceânico Central é considerado estratégico para o governo brasileiro porque permitirá um acesso mais fácil e barato ao crescente mercado asiático.
Hoje os navios exportadores que saem do litoral brasileiro rumo ao Oceano Pacífico têm que fazer um percurso muito maior do que os 3,8 mil quilômetros previstos por estradas. Só na costa brasileira o navio percorre mais de 6 mil quilômetros, partindo de Santos até o extremo do Amapá. De lá, até cruzar o Canal do Panamá (pagando taxas por isso) e desembocar no Pacífico, a jornada é de outros 5 mil km.
Por esses problemas o Ministério da Agricultura estima, por exemplo, que o produtor de soja da região Centro Oeste chega a gastar até 10 vezes mais pelo transporte até a China do que um agricultor norte americano
Contudo, o Itamaraty esclareceu que o tráfego em novembro será um “prazo tentativo” de meta a alcançar porque na Bolívia ainda há cerca de 200 quilômetros de estradas ainda sem pavimentação. Além disso, nas próximas semanas serão definidas as normas aduaneiras, sanitárias e de trânsito homogêneas entre os três países.