Os financiamentos imobiliários realizados com recursos da poupança bateram recorde no ano passado. Foram R$ 56,2 bilhões, alta de 65% em relação a 2009, segundo dados divulgados ontem pela Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança).
As contratações feitas no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) no ano passado corresponderam a 421,4 mil unidades, um aumento de 39% ante 2009. “O ano de 2010 foi o melhor ano da história para o setor imobiliário”, afirmou ontem o presidente da Abecip, Luiz Antonio França.
No total, somando recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), foram financiadas 1,052 milhão de unidades em 2010 no país, ante 670 mil em 2009, divulgou a Abecip. Ainda na soma das modalidades, foram R$ 83,1 bilhões em 2010, alta de 67%.
Futuro /Um estudo da Abecip divulgado ontem também mostrou quais são as perspectivas de financiamento para este ano. A expectativa da associação é que os financiamentos com recursos da poupança somem R$ 85 bilhões, alta de 51%. Quanto a unidades financiadas, também com recursos da poupança, a estimativa é de elevação de 28%, para 540 mil.
Contudo, a própria diretoria da Abecip admitiu que após este ano pode haver dificuldade de encontrar recursos para financiamentos, já que os valores financiados cresceram 65% neste ano em relação ao aumento do saldo da poupança de apenas 18% no Brasil.
Uma das opções para complementar os recursos da poupança são os covered bonds (títulos emitidos por instituições financeiras com lastro em créditos imobiliários ou ao setor público). “Eles não trouxeram prejuízos para os investidores na recente crise internacional, permitem aos bancos mobilizar capital rapidamente e têm papel expressivo hoje no cenário mundial”, afirmou Luiz França.
No entanto, os covered bonds ainda não tem previsão de regulamentação no Brasil. Esses títulos já são regulados na Europa, EUA, México e Argentina.
A captação líquida da poupança (depósitos menos retiradas) acumulou R$ 29,5 bilhões no ano passado, 24% de alta.
Secovi sugere securitização
Outra alternativa para uma futura escassez dos recursos da poupança, sugerido pelo Secovi (sindicato que representa o setor da habitação), é a securitização, uma espécie de “empacotamento” de títulos que seriam vendidos a investidores para levantar recursos, um sistema parecido com a oferta de títulos públicos feita pelo governo federal.
Meta é chegar a 11% do PIB
Segundo a Abecip, o crédito imobiliário no país fechou 2010 em torno de 4% do PIB . A meta do setor é chegar a 11% do PIB até 2014.
Saldo chega a R$ 299,99 bilhões
O saldo das contas de poupança atingiu o montante inédito de
R$ 299,99 bilhões ano passado, com crescimento mensal de 2,2% e anual de 18% em 2010, disse a Abecip. As razões apontadas são a queda histórica das taxas de desemprego, aliada à recuperação da renda da população
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