quarta-feira, 30 de março de 2011

Uso de aviões deve superar o de ônibus em 2011

O avanço da classe C está fazendo as pessoas trocarem o ônibus pelo avião nas viagens interestaduais (acima de 75 km). É o que mostram avaliações da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e de empresas de transporte rodoviário e aéreo.




Segundo a superintendente de serviços de transporte de passageiros da ANTT, Sonia Haddad, o número de passageiros de transporte interestadual de longa distância foi de 66,7 milhões no ano passado. Atualmente o órgão federal em conjunto com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) finaliza uma pesquisa ampla sobre a demanda pelo transporte rodoviário no país que vai balizar a renovação da licitação dos serviços de transporte de passageiros, prevista para o segundo semestre.



No lado do setor aéreo, o número de desembarques de passageiros no Brasil no mesmo período, por voos regulares, chegou a 66,7 milhões, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Turismo, com base em levantamento da Infraero. Ou seja, já há um empate entre avião e ônibus.





Ultrapassagem

Para o presidente da Abetar (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional), Apostole Lazaro Chryssafidis, neste ano as viagens de avião de longa distância já vão ultrapassar as de ônibus na mesma categoria.



“Somente ano passado, de acordo com informações do Secretário de Política Nacional de Transporte do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato e Silva, em apresentação no Congresso Abetar 2010, 3,5 milhões de passageiros deixaram de usar ônibus. Enquanto, o número de embarques e desembarques no transporte aéreo saltou de 115 milhões em 2009, para 138 milhões em 2010”, analisa.



Segundo ele, a previsão de crescimento dos transporte aéreo este ano é de 15%. Entre os fatores que explicam isso estão a melhora da renda do brasileiro e as companhias aéreas estão de olho nas classes C, D e até na E, ampliando condições de pagamento das passagens. Para Apostole, o transporte aéreo regional dentro do estado de São Paulo também caminha para uma demanda muito maior. “No estado de São Paulo, apesar de ter as melhores rodovias do país, temos mercado para implementar mais voos”, opina.





Abrati reconhece queda nas estradas

A Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros) afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que realmente está havendo uma queda no transporte de ônibus no país, principalmente nas linhas de longa distância, e as empresas estão se adaptando e operando linhas mais competitivas.



Como motivos a Abrati cita o transporte pirata, que não sofre fiscalização permanente por parte das autoridades, o maior uso do carro particular e a competição do transporte aéreo na longa distância. Mas, as empresas de ônibus destacam que ainda têm muito mercado no país, pois tanto nas curtas quanto nas longas distâncias o ônibus ainda é bastante necessário, pois no período de pico, como Carnaval, Natal e feriados longos, as empresas tem condições de aumentar em mais de sete vezes a capacidade de transporte de passageiros, por ter uma frota de reserva, enquanto o avião não tem essa flexibilidade.





Aeroportos do Interior precisam de investimento

A demanda maior dos passageiros pelo transporte aéreo já impacta o interior de São Paulo. O número de viajantes nos 31 aeroportos administrados pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) subiu de 1,2 milhão em 2009 para 1,7 milhão no ano passado. Já no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, o movimento de passageiros saltou de 3,3 milhões para 4,6 milhões no mesmo período, segundo a Infraero.



Porém, há gargalos sérios que podem fazer esse crescimento desacelerar no Interior. É o que mostra a geógrafa Ana Paula Camilo Pereira, que ano passado defendeu uma tese de mestrado pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) sobre os aeroportos com maior fluxo aeroviário no Interior – Araçatuba, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Rio Preto. Atualmente, ela continua estudando o setor aéreo como doutoranda da USP (Universidade de São Paulo) e bolsista da Fapesp.



Após suas entrevistas e visitas aos aeroportos, Ana Paula afirma que a condição infraestrutural dos aeroportos apresenta-se em qualidades insuficientes para o transporte aéreo. “Marília, Presidente Prudente e Ribeirão Preto, por exemplo, não suportam mais a quantidade de passageiros que embarcam e desembarcam nos terminais”, comenta.



De uma maneira geral, ela destaca que há necessidade de investimentos públicos para melhorar o pátio para as aeronaves, as condições e o tamanho da pista, a área e a capacidade do terminal de passageiros, o número de balcões de check-in, entre outros fatores. “Os investimentos, por sua vez, estimulariam o interesse das empresas aéreas para oferecer mais rotas”, acrescenta.



Por outro lado, aeroportos como os de Sorocaba, Piracicaba e Bauru são subutilizados. Os mais usados no Interior, mesmo com suas falhas são os de Ribeirão Preto, Rio Preto e Presidente Prudente. Existe um Plano Aeroviário do estado com diretrizes de 2008 a 2027 para distribuir melhor a interligação regional aérea de São Paulo. A crítica de Ana Paula é que na prática esse plano ainda não é operacionalizado.

sábado, 19 de março de 2011

Na prática, visita de Obama é simbólica



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, inicia hoje pela manhã em Brasília sua visita oficial ao Brasil. Esse ato inaugura uma reaproximação dos países, estremecida no governo Lula, no entanto,  temas de interesse do Brasil devem ficar de lado.

A última visita de um presidente da maior potência do planeta havia sido em 2007, com George W. Bush. Desde então, os EUA  e Brasil viveram um clima de antagonismo principalmente com os episódios de Honduras e do Irã.

Para a cientista política, professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais da USP (Universidade de São Paulo), Denilde Holzhacker, as inclinações ideológicas da diplomacia brasileira diminuíram no governo Dilma Rousseff, o que favorece uma reaproximação com os EUA. “As declarações da presidente mostram isso, como o sinal de que não vai tolerar as violações dos direitos humanos. Mas vale lembrar que para outros países controversos não houve mudança até agora no tratamento, como Venezuela e Cuba”, comenta.

Demandas/O governo brasileiro e o empresariado têm muitos interesses nos EUA. Por exemplo,  o Brasil quer apoio para ter um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas reformado.

Denilde praticamente descarta que Obama anuncie isso em sua viagem, como fez no ano passado em relação à Índia. “Se esse apoio for dado só deve ocorrer no contexto de uma reforma mais ampla na ONU, mas um apoio direto não. Os EUA não querem se indispor com outras nações latinas, como o México e a Argentina”, afirma.

No lado econômico, o Brasil teve um deficit comercial de US$ 7,8 bilhões com os EUA no ano passado, segundo o Ministério do Desenvolvimento.

A economista e professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e no curso de relações internacionais da ESPM, Cristina Helena Pinto de Mello, afirma que será difícil inverter esse número. “Os EUA também contam com o Brasil para sair de sua crise, querem vender ainda mais para cá. Acordos bilaterais de comércio poderiam ajudar o Brasil, como acontece com o Chile e os EUA, mas isso deve demorar para acontecer”, disse.

O Brasil também tem interesse na liberalização das exportações de etanol, mas isso esbarra na pressão interna nos EUA por subsídios ao etanol de milho americano. Para Cristina esse assunto também terá uma negociação lenta. Ainda no campo energético, a economista vê uma oportunidade futura: os EUA poderiam diminuir a dependência dos árabes com o petróleo do pré-sal .

Ela ainda lembra que no presente os EUA querem apoio do Brasil para pressionar a China para valorizar o yuan. Será uma saia justa para o governo Dilma porque a China já é o maior parceiro comercial brasileiro.


O discurso na Cinelândia, no Rio, foi cancelado. O motivo não foi divulgado.

Obama deve discursar no Theatro Municipal do Rio, mas apenas para convidados.


4 Boas notícias para o Brasil com a visita
Reconhecimento do governo
Os EUA sinalizam que reconhecem o novo governo de Dilma Rousseff

Nova fase de cooperações
Visita demonstra possibilidade de uma nova fase de cooperações nas áreas comercial, tecnológica, energética e espacial. Por exemplo, será assinado um acordo piloto na área de patentes com o Brasil

Encontro
de negócios
Hoje 200 empresários norte-americanos da comitiva de Obama vão se reunir com 200 colegas brasileiros para discutir negócios

Acordos serão assinados
Serão assinados acordos sociais e de educação em prol da igualdade racial, por exemplo, acordos entre universidades para conceder bolsas de estudos

Receita vai ficar mais de olho nas fraudes

A Receita Federal anunciou ontem que vai endurecer ainda mais a fiscalização contra fraudes no Imposto de Renda 2011. Dessa vez os contribuintes suspeitos serão intimados a prestar esclarecimentos  ainda antes do término do prazo de entrega das declarações (29 de abril).

Segundo o coordenador-geral de fiscalização do Fisco, Antonio Zomer, serão intimados cerca de dois mil contribuintes até o fim do prazo. Além disso, outras seis mil pessoas físicas poderão ser intimadas até o final do ano porque foram encontradas irregularidades em sua declaração no IR 2009, referente ao ano de 2008.

“A Receita Federal tem recebido cada vez mais informações de diversas fontes. As ferramentas digitais permitem um cruzamento com cada vez mais certeza. Em 90% dos casos, a Receita acerta”, disse ontem Antonio por sua assessoria de imprensa.

Erros comuns /A análise da Receita demonstrou que muitos contribuintes deixaram de incluir em suas declarações grande parte de seus rendimentos. Outros incluíram deduções irreais, valores de dependentes ou despesas médicas inexistentes ou indevidamente majoradas com a intenção de diminuir o valor do imposto a pagar ou aumentar o valor do imposto a restituir.

Foram selecionados uma lista de tipos de contribuintes que estão na mira do Fisco (veja ao lado) por mais suspeitas. Por exemplo, alguns profissionais autônomos da área da saúde (médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas), segundo a Receita,  têm declarado como rendimentos valores significativamente menores do que aqueles informados pelas pessoas físicas tomadoras dos serviços.

No ano-calendário de 2008, por exemplo, foram detectados 528 casos em que a diferença supera R$ 50 mil. Em 106 casos essa diferença é superior a
R$ 300 mil.

Em média, 162 pessoas físicas declararam que pagaram por serviços prestados por esses 528 profissionais. Os 26 contribuintes que mais omitiram rendimentos prestaram serviços para no mínimo 400 clientes.

A Receita informou  que, caso os suspeitos realizem a autorregularização de suas declarações, os contribuintes poderiam recolher as diferenças ao IRPF sob forma de juros, com multa limitada a 20% do valor. Já aqueles que forem intimados estarão sujeitos a multas de 75% a até 150% do valor em caso de fraude confirmada.

Segundo a Receita, os contribuintes em investigação somam lançamentos de cerca de R$ 6,4 bilhões.

Ações de judiciais serão analisadas
O Fisco tem recebido também, via Dirf (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte) informações de contribuintes beneficiários de ações judiciais que esquecem de declarar esses rendimentos, por acharem que a retenção efetuada pela instituição financeira (3%) é tudo o que é devido sobre este tipo de rendimento.

Alienação de bens também é suspeita
Outra operação na mira do Leão são ganhos obtidos nas operações de alienação de bens imóveis para aquisição de imóveis de maior valor. Veja mais detalhes das
fiscalizações em www.receita.fazenda.gov.br.

terça-feira, 15 de março de 2011

Sebrae-SP vai colocar MPEs nas novas mídias

Extrair todo o potencial de negócios, interatividade e informação das novas mídias para uso das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do estado de São Paulo. Essa é uma das principais metas do novo diretor superintendente do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Bruno Caetano, para este ano. (Veja arte ao fim da matéria)

Ele é ex-secretário estadual de comunicação e sucede Ricardo Tortorella, que foi para o cargo de diretor técnico do Sebrae-SP. Bruno falou ao BOM DIA dos planos de sua gestão, que incluem, além dos projetos de novas mídias, ações como mais formalização de empresas através do MEI (Microempreendedor Individual), novos cursos de capacitação e mais estímulos à competitividade.

Novo cenário /A aposta em trabalhar com novas mídias foi justificada por  Bruno com uma constatação: as vendas de smartphones superaram recentemente a de computadores pessoais (PCs) no mundo. “Essa é uma tendência que também será observada no Brasil”, afirma.

Por esse motivo as metas são trabalhar com móbile site, tablets (dispositivos pessoais em forma de prancheta, que podem ser usados para acesso à internet), web TV, redes sociais, entre outras ferramentas (veja ao lado). O objetivo com isso é expandir toda a comunicação do Sebrae-SP com os pequenos empreendedores e também tornar mais fácil a eles o uso dessas ferramentas. Faz parte do planejamento dos Núcleos Digital e de EaD (Ensino à Distância)  ações visando inclusão digital das MPEs que vão desde cursos a distância a tutoriais explicativos sobre desenvolvimento de sites.

Para se ter uma ideia, segundo estudo da consultoria IDC Brasil, as empresas brasileiras vão entrar de vez no mundo dos tablets neste ano com 30% a 40% das compras totais no mercado nacional, estimadas em 300 mil aparelhos.

De olho nesse potencial corporativo o governo federal também tem planos para tornar mais acessível a compra dos tablets, hoje com preços que variam entre R$ 599 a R$ 2.699, dependendo de promoções, do modelo e também se está no plano de alguma operadora de telefonia. Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, são estudadas medidas de incentivo na forma de crédito e menos tributação para ter preços para entre R$ 400 e R$ 500, mas a Abinee  (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) fala em valores possíveis entre R$ 800 e R$ 1 mil.


MEIs
A meta do Sebrae-SP é a formalização de 125 mil empresas com o MEI neste ano.
Até fevereiro, eram
54 mil MEI na Capital e 135 mil no interior de São Paulo.


Opinião
Ronaldo Fragoso,  sócio-diretor da consultoria Deloitte Brasil
Planejar é ponto chave para vencer
O número de pequenas empresas que fecha antes de completar cinco anos ainda é muito alto no Brasil. O pequeno empreendedor precisa ter um planejamento prévio para abrir sua empresa. É necessário definir antes quais serão suas receitas, custos e lucro previstos para ver se o negócio é viável ou que ajustes podem ser feitos para chegar nesse objetivo. O planejamento financeiro, levando em conta todos os custos, aluguel e salários, vai evitar que o fluxo de caixa fique comprometido no futuro com empréstimos. Fatores como a escolha do ponto e que serviço diferenciado  oferecer também são essenciais. A barreira crítica é vencer o primeiro ano, mas também é necessário fazer um planejamento de longo prazo, usando parte do lucro para treinar funcionários e reinvestir em inovação. Pequenas empresas têm também que pensar em inovação de tecnologia ou gestão. Elas têm que se reinventar todos os dias para manter clientes e conseguir novos. O Brasil tem atualmente um bônus demográfico, o ápice do número de pessoas em condição de produzir e consumir, que vai durar cerca de 20 anos. Nesse cenário as pequenas empresas terão muitas oportunidades, principalmente nas áreas de serviços, TI, hotelaria, construção, óleo e gás.

domingo, 13 de março de 2011

Preços têm redução de 0,57% nos supermercados em fevereiro

Os preços nos supermercados do estado São Paulo registraram queda no mês passado. Segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), o IPS (Índice de Preços dos Supermercados) caiu 0,57% em fevereiro. A tendência de queda já foi apontada em janeiro, quando os preços ficaram estáveis e já mostravam sinais de redução.


De acordo com a análise feita pela Apas, as maiores quedas foram registradas nos preços da batata (-8,31%) e do feijão

(-7,08%). Segundo o vice-presidente da Apas, Orlando Morando, os alimentos chegaram no limite de alta de preços no ano passado e agora já apresentam sinais de estabilidade ou queda. “O feijão, por exemplo, saiu do patamar aceitável pelo consumidor e agora o preço está caindo na produção. A carne bovina também subiu muito e agora esperamos estabilidade. O açúcar vai depender do ápice da safra de cana para cair mais de preço”, comenta.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do mês passado também já havia mostrado tendência de queda. O grupo alimentação subiu 0,23% ante uma alta de 1,16% em janeiro.

Mas alguns produtos também tiveram alta de preços. Segundo a Apas, as fortes chuvas que atingem o estado continuam prejudicando a produção dos produtos in natura, causando elevação nos preços. As principais altas ficaram com o tomate (35,53%) e a cenoura (12,86%).


Só o necessário /Se existe uma perspectiva atual de queda no preço dos alimentos, ontem Orlando Morando sinalizou que ela não deve impactar tanto as vendas por causa das ações para combater a inflação. “As medidas do governo de aumento de taxas juros e restrição de crédito vão acabar diminuindo as compras nos supermercados. Os lojistas já trabalham com uma margem de lucro muito apertada, por isso será muito difícil reduzir ainda mais os preços para atrair esses consumidores que terão o crédito reduzido. Esperamos que os próximos meses sejam de compras só do necessário nos supermercados”, disse.

Mercado reduz estimativa de inflação para 5,78%

Após seguidas más notícias sobre a inflação brasileira, ontem o BC (Banco Central) sinalizou uma luz no fim do túnel.


O mercado financeiro reduziu a estimativa oficial de inflação para 5,78% neste ano, depois de 12 altas consecutivas. Foi o que mostrou o boletim Focus, pesquisa realizada semanalmente com instituições como bancos, economistas e corretoras sobre os rumos da economia brasileira.

A previsão anterior do Focus para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), tida como a inflação oficial do país, era de 5,80%. Porém, a melhora na estimativa ainda está 1,28 ponto percentual acima do centro da meta do governo, que é de 4,5%.

A última divulgação do IPCA, para o mês passado, mostrava 0,8%, pouco inferior ao de janeiro, que foi de 0,83%. Os grupos educação, despesas pessoais e artigos de residência puxaram a inflação de fevereiro.

Desde o final do ano passado a equipe econômica do governo federal vem tentando desacelerar a inflação com medidas para frear o consumo, como restrição de crédito e aumento da taxa básica de juros (Selic).


Outras previsões /A projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano foi reduzida de 4,30% para 4,29% e, para 2012, ficou inalterada em 4,50%.

Já a expectativa do mercado para a Selic permaneceu em 12,50% para este ano.

A estimativa para o dólar ficou em R$ 1,70 ao final de 2011 e, para 2012, passou de R$ 1,79 para R$ 1,77.

terça-feira, 1 de março de 2011

Governo proíbe tarifas em contas 100% eletrônicas

A partir de hoje, quem tem ou vai abrir uma conta corrente eletrônica não terá mais cobrança de tarifas. Até então não havia regulamentação desse serviço bancário, mas o CMN (Conselho Monetário Nacional) instituiu regras com a resolução 3.919/2010.


As contas correntes eletrônicas se caracterizam por serem usadas apenas em canais como caixas eletrônicos, internet, celular e central telefônica automática. Segundo a assessoria de imprensa do BC (Banco Central), os bancos não são obrigados a oferecer esse serviço, mas espera que a competição entre as instituições estimule isso. O BC acredita que a nova conta irá atrair clientes com perfil mais jovens, consumidores de menor renda e pessoas que estão ingressando no sistema bancário.

As contas comuns têm altas tarifas. A última pesquisa do Procon-SP de 2010, por exemplo, mostrava diferenças de até 196,55% entre os bancos para a tarifa de extratos, com mínima de R$ 1,45 e máxima de R$ 4,30.



Adesão baixa / Os maiores bancos com atuação no Brasil foram procurados ontem, mas apenas o Itaú disse que oferece a conta corrente eletrônica, que chamou de iConta, na qual as transações são ilimitadas e gratuitas. O Bradesco informou que estuda oferecer o serviço. Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil não responderam os pedidos de entrevista até o fechamento desta edição. O Santander disse que não poderia responder ontem.
 
 
Novo serviço sem cobranças




Como funciona

+ Nas contas correntes eletrônicas, desde que usadas apenas em canais como caixas eletrônicos, internet, celular e central telefônica automática, não pode haver cobranças de tarifas



Exceções

+ Mas caso o cliente de uma conta eletrônica use serviços tradicionais, como nas agências ou atendimento humano via central telefônica, aí a instituição bancária pode cobrar tarifa



+ Porém, em não havendo a possibilidade, por falta dos sistemas eletrônicos da instituição, o cliente da nova conta poderá acessar canais tradicionais sem cobrança





Mais detalhes

www.bcb.gov.br/htms/normativ/RESOLUCAO3919.pdf







Compare as tarifas

Para quem tem contas comuns, a Febraban oferece um serviço para comparar tarifas: www.febraban-star.org.br





Fontes: CMN e Febraban


Outras regras começarão em junho


O CMN também fez uma grande regulamentação do setor de cartões de crédito. Essas novas normas valem a partir de 1 de junho só para contratos novos a partir dessa data. Para quem já tem contrato, valem a partir 1 de junho de 2012.

Entre as novas regras, estão a diminuição do número de tarifas para apenas cinco e a padronização de cartões (básico e diferenciado) com custos incorporados já na anuidade.